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                O Iggy é pop, é rock, é toque 
                       domingo, novembro 27, 2005 
            
             
                       Só um mito como Iggy Pop pra me desentocar numa fria noite de sábado e me guiar para um canto desconhecido desta imensa cidade, a tal Chácara do Jockey, onde rolou esse festival da Claro (em tempo: tenho celula TIM e funcionou perfeitamente). Como sei que os deuses do roquenrol protegem os mitos bem como seus acólitos, conferi o kit sobrevivência - celular, algum dinheiro pra estacionamento e dogão de fim de festa, garrafinha metálica com 4 ou 5 doses de uísque, garrafa d'água, cigarro e caixa de fósforo, CD do Fun House pra curtir no carro (boa parte das músicas do show foram desse disco, de 1970, o segundo dos Stooges), e outras milongas mais -, e segui viagem.
  Ainda bem. O velhusco pré-sexagenário não decepcionou. O cara tem 58 anos caramba, não é qualquer um que segura a onda assim. Sua energia é contagiante, não pára um segundo, de dar inveja a Mick Jaggers da vida. Salta, rodopia, cai, levanta, se joga na pláteia (o velho e bom mosh), chama galera pra subir ao palco - pra desespero dos seguranças -, e mantém a pegada nos vocais durante o show inteiro (com pouco uso de eco e quetais artifícios eletrônicos), seja na porralouca 'Fun House' ou na viajandona 'Dirt' com sua linha de baixo hipnotizante (tipo 'Born Under a Bad Sign', um velho blues, Albert Lee, Albert King, essas paradas...).
  Sua dança lasciva, com a calça jeans feminina de cós baixo - que ele mandou comprar por aqui mesmo, será da Gang? - deixando meia bunda à mostra, me fez lembrar Serguei, que é 15 anos mais velho do que o velho iguana e certamente aprovaria sua performance. Alías, alguém sabe por onde anda o figura? Saquarema, provavelmente.
 
  
  Mas disposição tem limites e Iggy não parte mais pra porrada como antes - no auge da carreira dos patetas, o primeiro mané que subia no palco levava um direto na fuça e voltava de onde veio invariavelmente com uns dentes a menos. Aí, já viu, a turma invadia e o pau comia. Velhos tempos. Hoje Iggy tem seguranças a rodo para cumprir essa tarefa. Mas foi tão divertido quanto. Dei boas gargalhadas com um maluco cabeludo tentando dançar com um dos gorilas, foi jogado à platéia pelo menos umas três vezes e da última vez que o vi, conversava alegremente com o guitarrista Ron Asheton, que ria, sem perder o pique do som que rolava, 'No Fun'.
  Cantei a plenos pulmões "No Fun, my babe, no fun, No fun to hang aroooound!" e "She got a TV eye on me, she got a TV eye...", viajei nos solos atonais de Ron em 'Little Doll', no baixão de Mike Watt em 'Down On The Street', e lamentei a ausência de pelo menos uma música, 'Search and Destroy', de 'Raw Power'. Aliás, o cara não cantouo nenhuma desse disco de 1972, que foi o terceiro e último da banda, (mal) produzido por David Bowie. Eles tocaram Fun House inteiro (com exceção da inexplicável L.A. Blues), seis das oito do álbum de estréia (The Stooges, de 1969) - com direito a bis para 'I Wanna Be Your Dog' - e duas do Skull Rings (Dead Rock Star e Skull Rings). Mas necas de Raw Power... vai entender...
 
  
  Entre baforadas e goles, dei meus pulos ajudado por amigas roqueiras com quem esbarrei por lá, mas não o suficiente para pogar na roda que se abriu do meu lado em 'I Wanna Be Your Dog'. Já fiz muito isso, não tenho a mesma disposição, é fato. E boa parte da que eu tinha gastei na infernal Francisco Morato e depois negociando com seu Levy o preço da vaga que ele me arrumou do lado do dogão 'Laricão' do Osíris, um negão rasta gente boa toda vida. "Quanto é?", "20!", "Tá caro!", "Paga 15!", "Dou 10, mas cinco na volta", "Fechado!". Nem vi onde ficava o tal estacionamento oficial, mas era ainda mais longe de onde parei, vsf.
  A Chácara do Jockey, no entanto, se revelou um lugar muito bom para shows e festivais como esse da Claro, que acertou também em colocar um palco em frente ao outro, intercalando as atrações. Que venham mais!!
  Apesar do mega-trânsito, meus cálculos deram certo e cheguei uns 20 minutos antes do show do Flaming Lips, cheguei a escutar o distorcido Fantomas do carro quando rumava ao estacionamento. Fica pra próxima. A apresentação do Flaming Lips começou com o vocalista andando pela platéia enfiado numa bolha, numa reedição do menino da bolha ou, para os mais novos, de Chad. Legal, mas e o som? Bom, não conhecia e um amigo do Rio fez a maior propaganda, deixou scrap no orkut e catzo dizendo pra eu prestar atenção e tal. Falando sério? Os pontos altos do show dos lábios flamejantes foram Bohemiam Rhapsody no início, e War Pigs no final - com direito a imagens de Bush, Rumsfeld, Cheney e companhia num clip no telão. Tocaram versões fiéis às originais, mas ouvir Sabbath com um bando de gente fantasiada de bichinhos de pelúcia no palco foi algo bizarro... Sabbath de pelúcia!
 
  
  Durante a apresentação de Sonic Youth, estava mais preocupado em entrar na sala Vip com o velho truque do preciso-ir-ao-banheiro-e-o-daqui-é-mais-perto-quebra-essa. O segurança quebrou e tomei umas três cervas (Bavaria...) na faixa pra comemorar.
  Quando pensei em ir embora, entrou o Nine Inch Nails rasgando os tímpanos da galera com seu rock eletrônico-industrial, seja lá o que isso queira dizer. Bom som. Mas já estava sem fumo, álcool, amigos (não fazem mais jornalistas como antigamente... ) e de repente bateu paranóia sobre o carro. Não tenho seguro, "será que seu Levy é mesmo de confiança?". Era. Chegando lá, tudo ok, o carro tava no mesmo lugar. Só que uma mulher se recusou a deixar a chave com meu camarada Levy e eu mifu. Dois dogões prensados (completos, com direito a purê de batata, batata palha, ervilha, maionese, cheddar, tudo por R$ 3) e uma coca-cola depois, convenci Osíris a dar uma rézinha pra eu fazer uma manobra monstro e poder voltar ao aconchego do lar. Ao som de Fun House, evidentemente.
  Agora cá estou finalizando este relato, embora não saiba como vá mandá-lo para o blog, já que pra minha surpresa (não deveria mais me surpreender com isso, mas enfim....) meu computador está sem conexão. Deixa eu ver, tentando de novo... nada. Nada de novo... nada... ah, meu saco. Bom, vou dormir, fica pra mañana.
  zzzzzzzzzzzzzzzzzzz
  (este texto foi originalmente escrito às 4h38 da madrugada deste domingo, mas como o Speedy me deixou na mão, só consegui mandá-lo agora, às 16h08, quando a internet voltou. Dei umas mexidas aqui e ali no texto, nada sério). 
             
                     # Jorge Cordeiro @ 16:35 
            
            
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