O Escriba
v2.0
Uma minoria só é impotente quando se amolda à maioria (Henry D. Thoreau)

Carros
         quinta-feira, setembro 29, 2005


         
Tava pensando em deixar o meu Gol bolinha pro Martim, mas acho que ele vai querer é um desses aqui. Ou talvez estes?...


         # Jorge Cordeiro @ 23:30

|


Ronda Paulistana

         

Pessoal, criamos um blog aqui no Globo Online SP, o Ronda Paulistana. Estão todos convidados a participar, claro!


         # Jorge Cordeiro @ 17:57

|


Inovação urbanística
         quarta-feira, setembro 28, 2005


         
Os tucanos de São Paulo não páram de inovar em termos de políticas sociais. A última é a rampa antimendigo, instalada no túnel que liga a Av. Dr. Arnaldo à Paulista. O Marcelo Coelho escreveu sobre isso em sua coluna na Folha e eu reproduzo aqui.

O artigo é grande, mas vale à pena ler. Não encontrei um link (o do UOL é só para assinantes) por isso coloquei o texto inteiro aqui. Se alguem achar um link perdido por aí, me avisa!!

Como embelezar São Paulo (e sair ganhando com isso)

Direitos todo mundo tem: à saúde, à educação, à moradia, à segurança... Verdade é que essas coisas muitas vezes ficam no papel. Mas há um direito humano, lembrado por Anatole France, que até hoje ninguém ousou desrespeitar: o de dormir debaixo da ponte. Eis, frisava o escritor, uma prerrogativa que o Estado assegura "tanto aos mendigos quanto aos milionários".
Recente iniciativa do prefeito José Serra parece colocar em xeque essa evidência. Na passagem subterrânea entre a avenida Paulista e a Doutor Arnaldo, surge uma verdadeira inovação em termos de arquitetura pública: a "rampa antimendigo". Trata-se de um piso inclinado, com superfície áspera, que impede os miseráveis de se abrigarem no lugar.
Já era um espaço bastante exíguo e disputado. O motorista que sai da Doutor Arnaldo e avança por aquela espécie de túnel começa reparando nas pinturas murais que enfeitam o caminho. Vê simpáticos grafites, figurinhas dançantes, uns ETs sorridentes e, à medida que o túnel se aprofunda, toma contato com ótimas reproduções de quadros modernistas: uma praia de Pancetti, uma paisagem de Tarsila, algumas mulheres de Di Cavalcanti ilustram aquele buraco urbano.
Quando subimos de novo em direção à Paulista, o vão de parede disponível para as pinturas diminui; só então, num ângulo espremido entre dois planos de calçada, é que vemos amontoados alguns seres humanos entre sacos de lixo, caixotes desmontados, fardos de roupa velha e ruínas de um colchão.
Construída como a arquibancada de um imaginário estádio para ratazanas, a obra da prefeitura ocupa esse pedaço do túnel, cuidando de desalojar os mendigos que dormiam por ali. A não ser que eles insistam em se deitar no novo plano inclinado, correndo o risco de rolar até o asfalto, onde terminariam providencialmente atropelados. De todo modo, a rampa ganhou um revestimento de chapisco, desconfortável o bastante para dissuadi-los da imprudência.
Chapisco? A palavra é demasiado vulgar. O melhor seria chamar de textura rústica a camada que recobre as rampas. Fico pensando de que modo se optou por esse pormenor decorativo. Afinal, não dá para saber quais os níveis de desconforto necessários para impedir um mendigo de se deitar onde quer que seja.
Por que não usar cacos de garrafa? Tudo ganharia um colorido nostálgico e suburbano, figurando uma São Paulo de outros tempos. Ou então pregos, espetos... Ah, mas aí seria extremismo. Nosso "dispositivo inclinado de afastamento de população indesejável" (diapi) não precisa agredir ninguém. Cumpre apenas, silenciosamente, o que a polícia ou a guarda municipal não poderiam fazer sem empregar um bocado de violência física.
E ninguém é violento por aqui. Só eles, é claro, os que se escondem no subterrâneo.
"Não se trata de rampa antimendigo", protesta com veemência o subprefeito da Sé em carta à Folha na última segunda. "A área, como é público e notório, servia para acoitar delinqüentes que se misturavam a pessoas que eventualmente moravam ali, também elas vítimas da ação criminosa."
Imagino então que as vítimas, uma vez expulsas do local, estejam agradecendo à prefeitura. Lamento, em todo caso, que se tenha perdido uma oportunidade rara de prender delinqüentes: não são muitos os que se deixam localizar em endereço fixo, público e notório.
Quem sabe, em vez de um plano inclinado, a prefeitura não deveria ter construído grades debaixo do viaduto: uma parceria com o governo Alckmin criaria ali uma interessante alternativa prisional.
Seja como for, poderemos apreciar melhor as comoventes réplicas de Portinari que, naquele trecho exato da passagem subterrânea, sofriam a concorrência dos mendigos reais. Admirem-se, portanto, aqueles esquálidos retirantes em sutis matizes de azul e cinza, corvos voejando em volta e lágrimas saindo aos jorros dos olhos de crianças famintas. Sabia das coisas o velho Portinari. Um pouco ultrapassado talvez.
Afinal, a arte engajada está fora de moda e não condiz com o ritmo pragmático da cidade. A nova rampa, lembrando uma escultura abstrata, rigorosa e pura, vem aludir a períodos ulteriores, menos conteudísticos, de nossa evolução estética. A não ser que represente uma homenagem ao auditório de Niemeyer no parque Ibirapuera e ao tobogã do Pacaembu. Se não nos atrapalhassem os mendigos, poderíamos apreciar muitas harmonias ocultas na paisagem paulistana.
Uma dúvida, entretanto. Será que, apesar de sua austeridade construtiva, essa rampa não é um instrumento de autopromoção do prefeito? Fala-se nele como candidato à Presidência da República. Terá alguém inconscientemente desenhado uma minirrampa do Planalto nos subterrâneos da Paulista? Sem esquecer que o seu próprio sobrenome sugere, a exemplo da nova obra, algo de escarpado, íngreme, difícil de subir.
Mas a determinação ascensional da prefeitura não pára por aí. Lança-se em direção aos postes da Eletropaulo. Sim, noticia-se a criação de uma taxa sobre tal equipamento urbano. O raciocínio é que os postes, sendo coisas privadas (em especial para os cachorros, aliás), ocupam um lugar público, as calçadas. Cabe, portanto, uma cobrança. Por que não?
Juntando uma coisa à outra, ocorre-me a solução definitiva para o caso da Paulista: cobrar imposto dos mendigos. Afinal, eles se apropriam de um bem público e o utilizam para fins pessoais. Exigindo-lhes uma taxa módica, conseguiríamos expulsá-los dali sem precisar gastar um tostão em rampas e chapiscos. Nada como os mecanismos de mercado. É o que eu sempre digo.


         # Jorge Cordeiro @ 22:49

|


O estranho mundo dos LPs

         


Com certeza, um dos blogs mais bizarros que já vi e li. These Records are BenT é a página de um colecionador de LPs, mas não é qualquer um. O cara - o tal BenT - só compra coisa esquisita, tipo, disco que ensina a escolher carne, ou um promocional do Listerine com sucessos de soul e funk da década de 1980, ou ainda um disco com o Don Adams, o lendário agente 86, cantando em um cassino em Las Vegas.

Esse colecionador, americano é claro, vem garimpando lojas e sites há décadas e realmente conseguiu juntar muitas preciosidades. Confira no blog.

O LP da foto aí em cima, por exemplo, é um disco gravado por Muhammad Ali com Frank Sinatra e Ritchie Havens, entre outros, para ensinar a molecada a combater as cáries! Detalhe: Ali canta e conta historinhas. Genial!

Essa foi dica do meu camarada Carlos Henrique Vasconcelos, companheiro d'O Globo e agora também blogueiro - confira em Mandrake: O Som e a Palavra (já adicionado em minha lista aí do lado)


         # Jorge Cordeiro @ 10:45

|


Dinossauros
         terça-feira, setembro 27, 2005


         

Sabe qual é o novo apelido do PSOL? Parque dos dinossauros... :)


         # Jorge Cordeiro @ 22:54

|


Fique esperto!
         segunda-feira, setembro 26, 2005


         

Era esse o título original, em inglês, do seriado Agente 86 - Get smart! Pô, o espião mais atrapalhado da TV morreu e quase ninguém deu destaque. Que sacanagem!! Mas aqui n'O Escriba é manchete, claro!

Esqueça Mr. Beans, Chaves e afins, Maxwell Smart era "o cara". Engraçado sem exageros, tinha um timing perfeito para os esquetes cômicos que fizeram a alegria de milhões de crianças mundo afora. E o programa era bom em tudo: texto afiadíssimo, enredos bem estruturados, personagens fantásticos, enfim. Brinquei muito de sapatofone, de câmara do silêncio e de Agente 13, aquele que se escondia nos lugares mais improváveis!! Um sorriso invade minha face só de lembrar...

Mas a-há! Será que não estamos presenciando o velho truque de se fingir de morto para enganar os agentes malígnos da Kaos? Não, o bom e velho agente 86 se foi. Que os portões dos céus não aprontem a mesma pegadinha reservada a ele na abertura do programa, lembram?

R.I.P.



Adendum: E agora foi a vez do Ronald Golias. É, como bem disse o Fábio nos comentários aqui, Deus deve estar mau humorado...


         # Jorge Cordeiro @ 20:49

|


Peixe-boi?

         

Aproveitando o dia nublado e frio, levei o Martim no domingo a tarde ao Museu de Zoologia da USP, que fica lá no Ipiranga. Chegar lá já foi uma certa aventura já que eu nunca tinha ido praqueles lados de carro. Mas como quem tem boca vai à Roma (e com certeza ao Ipiranga também), meia hora depois de uns zigue-zagues pelo bairro chegamos ao museu. Logo na entrada um imenso esqueleto do Carnossauro e uma réplica de um Titanossauro deixaram Martim maravilhado. Depois vieram onças, jacarés, aves de todos os tipos, peixes, tamanduás, emas, carangueijo gigante, enfim, um sem fim de animais empalhados que meu filho fez questão de perguntar o nome um por um. A cara dele quando apresentei o peixe-boi foi sensacional. "Peixe-boi pai??" disse ele, encafifado. E passou o resto do dia repetindo: "peixe-boi?"

No final, a tradicional passada na lojinha pra comprar uma lembrancinha. Ofereci vários dinossauros invocados, mas Martim mostrou novamente sua vocação pra fazendeiro ao bater pé e exigir: "eu quelo mumu!!"

Bom passeio. O próximo será o Museu do Ipiranga, que eu mesmo ainda não conheço por dentro.


         # Jorge Cordeiro @ 12:13

|


Animações
         domingo, setembro 25, 2005


         
Pelo uma vez por dia tenho que passar pro Martim todas as animações das músicas do grupo 7 Secons of Love, sobre o qual já falei aqui (deixei até link da música Ninjas). É uma boa banda de ska londrina. O moleque tá fã dos caras, já já me pede uma camiseta e os discos... :)

Vc não viu ainda? Pô, vale à pena repetir então, são bem legais. Saca só:

Looking for my Leopard

Ninja

Winner

First Drink of the Day

Soluble

Wrong Bananas


         # Jorge Cordeiro @ 11:38

|


Que situação...

         

Ah, a internet...


         # Jorge Cordeiro @ 11:11

|


E ela falou...
         sábado, setembro 24, 2005


         
Como sempre, Marilena Chauí mandou bem pacas!! Já tinha recebido o texto por email, mas agora tem link. Ver aqui!


         # Jorge Cordeiro @ 01:30

|


Mr. Burns ataca novamente
         sexta-feira, setembro 23, 2005


         

São espantosos os projetos do prefeito José Mr. Burns Serra para a legião de excluídos de São Paulo. Rampa anti-morador de rua na Paulista e expulsão dos catadores de rua da rua João Moura, em Pinheiros. E pensar que o cara pode ser o nosso próximo presidente...


         # Jorge Cordeiro @ 18:00

|


Aleatorismo radical

         

Muito se discutiu sobre a Wikipedia, enciclopédia online que permite a edição de quase todos seus textos por qualquer um. Radical? Nem tanto, se compararmos com a Uncyclopedia!

Descobri via Ovelha Elétrica (os papas da bizarria interneteira). A Uncyclopedia é, como eles mesmo se definem, a enciclopédia online escrita por Oscar Wilde ou a enciclopédia da não-informação politicamente incorreta. Nessa página, tudo está liberado. Escreva o que quiser, sobre o que quiser, onde quiser! Eu acabei de experimentar. No tópico "Sugar", troquei o que estava escrito pela letra da música Sugar Sugar, do The Archies (veja aqui). Só pra testar. Nada demais, vcs serão mais criativos do que eu, com certeza.

Como neste caso aqui. Ah, a poesia... :)

O mais engraçado é que a Wikipedia tem um tópico sobre a uncyclopedia e vice-versa

Em tempo: tiraram a página do Filme do Bátima do ar. Alguém sabe o que houve?

E vcs conhecem The Satan's Cheerleaders?


         # Jorge Cordeiro @ 15:59

|


Piada
         quinta-feira, setembro 22, 2005


         
O tempo passa, o cinema se renova, e o Brasil insiste em mandar filmes bundas para concorrer no Oscar. Será que é uma posição política? Tipo assim, "o Oscar é uma disputa bunda e por isso vamos mandar filmes bundas!" Não, acho que não... É questão mercadológica mesmo... marketing é foda!

Será que estará entre os cinco? Bom, se "O que é isso, Companheiro?" foi escolhido, porque não essa "bomba"? E pra ficar claro: não vi e nem vou ver o filme - só talvez se rolar no Supercine... Pelo o que li e vi, é mais um filme baba, sobre família-pobre-que-sofre-muito-antes-de-obter-sucesso-felicidade-e-dinheiro. Tô foraço!)

Enquanto isso, o documentário Ônibus 174 ganhou o Emmy nos EUA. Parabéns!! Este sim um belo exemplar de cinema com 'C' maiúsculo.


         # Jorge Cordeiro @ 16:27

|


Navegando...

         

Acabei de adicionar novos links aí do lado, de blogs que valem a visita. São eles:

- Insights, da minha camarada Lúcia Clark, que mora em Londres (tá sumida, heim?);
- Jornalista de Merda, as aventuras de dois malucos de primeira em Curitiba e adjascências;
- Gardenal.org, coletivo de jornalistas, escritores e artistas em geral.


         # Jorge Cordeiro @ 10:56

|


Dia Mundial Sem Carro
         quarta-feira, setembro 21, 2005


         
Quinta-feira é dia de deixar o carro em casa e circular pela cidade a pé, de metrô ou de ônibus. Dia Mundial Sem Carro. Tô nessa. Busão de casa pro trabalho e vice-versa, mole mole. Graças, é claro, ao corredor exclusivo criado pela tia Marta nas avenidas Santo Amaro e 9 de Julho. Se vacilar, chego mais rápido do que se eu estivesse com meu Gol bolinha...

Se eu não saísse tão tarde aqui do jornal e morasse um pouco mais perto, faria isso mais vezes...


         # Jorge Cordeiro @ 22:37

|


Consumo

         

Queria um desse, quase peguei este (mas por R$ 670, no PromoCenter da Paulista), mas acabei com esse outro aqui. Show!


         # Jorge Cordeiro @ 09:07

|


Gentileza gera gentileza
         terça-feira, setembro 20, 2005


         

Não sei por que cargas d'água cheguei à página do Profeta Gentileza, mas veio a calhar... Faz falta, viu?


         # Jorge Cordeiro @ 02:15

|


Essa onda é pra surfar

         

A onda reacionária já começou mas não será nenhuma tsunami. Dá pra surfar nela numa boa. Lula, o PT e principalmente as demandas sociais perderam o apoio de uma parcela conservadora da população, que entrou no barco em 2002 graças às questionáveis técnicas de figuras como Duda Mendonça (meter-se com publicitário dá nisso...). Esse pessoal não vota mais tão cedo em candidatos petistas ou que tenham foco em questões sociais. O pulo do gato, no entanto, é focar nos muitos que votavam e, desiludidos, declaram votar nulo (meu caso), em não-candidatos como Enéas ou em partidos co-irmãos como PDT, PPS e PSB. E esses são bem mais difíceis de se convencer...

Falência do governo Lula pode trazer uma onda reacionária

Após uma temporada de dois meses no Brasil em crise, Luiz Felipe de Alencastro, professor titular de história do Brasil da Universidade de Paris-Sorbonne, vê por aqui espaço para "uma onda reacionária", impulsionada pela falência do governo Lula e do PT.
Para Alencastro, a eleição do presidente metalúrgico representava uma tentativa de conciliação do país e o resultado negativo da experiência abre espaço para o que ele classifica de "recalque boçal", simbolizado na frase do senador pefelista Jorge Bornhausen (SC) sobre a "raça petista":
"É o retorno do recalque mais boçal do Brasil, da UDN de 1952, que diz que "pobre é pobre porque pobre é burro", que diz "nisso que dá eleger um encanador e uma empregada doméstica para morar no Alvorada", afirmou.
O historiador, que se define como simpatizando do PT e do governo -"Não acredite em cientista político neutro"-, diz que toda a "tribo dos decepcionados" com o governo, como ele, tem sua crônica pessoal da desilusão.
Alencastro narra: o seu mal-estar com o governo começou no discurso de presidente eleito, na avenida Paulista, quando Lula agradeceu os eleitores, o PT e Duda Mendonça. "Já é uma confusão que vem da origem, a idéia de que se pode fazer um contato com o povo por meio da televisão, que se pode entregar mãos e pés. Depois, caixa dois, paraíso fiscal, isso tudo é um pouco conseqüência."
Ele vê na eleição petista, que deu largada ontem, um amadurecimento da vivência política, porque, pela primeira vez, o país estaria acompanhando um debate de idéias interno de um partido -mesmo que a causa disso seja a crise gerada pelo fato de o PT estar no centro do escândalo do "mensalão". "Um partido desse tamanho não acaba de uma hora para outra", diz o historiador.
Alencastro vê uma cenário complicado para Lula em 2006 -pior do que o mostrado pelas pesquisas de opinião. Para ele, as sondagens não captam uma fragilidade que o presidente terá na busca da reeleição: a debandada de aliados e de candidatos fortes petistas nos Estados, responsáveis pela logística de campanha.
Ele concedeu entrevista à Folha na quinta, por telefone. Leia abaixo os principais trechos.

Folha - Qual a importância da eleição interna petista?
Luiz Felipe de Alencastro - Essa eleição é muito importante. Um partido desse tamanho não acaba de uma hora para outra. O que é interessante é que pela primeira vez no Brasil há um acompanhamento pela imprensa e pela opinião pública de uma discussão interna de um partido. Isso nunca houve dentro do PSDB, do PFL, nem se fala da UDN e do PTB. O que havia eram querelas de pessoas, não havia debate de idéias. Mesmo que isso esteja acontecendo pelas más razões, depois de o partido entrar numa crise grave, o PT se expor à opinião pública é um avanço na política do país.

Folha - Mesmo com as manobras de José Dirceu, a saída do Tarso, a divisão das esquerdas?
Alencastro - Eu pessoalmente lamento a retirada do Tarso Genro. Eu espero que haja uma recomposição mais adiante. Mas o fato de ele ter estado na segunda-feira no ato da refundação, do lado do Raul Pont, e estar havendo uma predominância desse PT do Rio Grande do Sul, que tem mais experiência -eles governaram um Estado importante, coisa que o PT de São Paulo nunca fez. E o PT de São Paulo dominava o partido. Um PT, que, como toda a política paulista, é dominado por querelas, e isso é um ponto que o [cientista político] Wanderley Guilherme dos Santos apontou, uma certa desordem que nasce da política paulista, não porque São Paulo seja mais desordeiro que os outros Estados, mas porque é o Estado mais poderoso, com as situações mais extremadas.

Folha - Como avalia o peso dessa querela paulista na eleição do PT?
Alencastro - Isso já estava subjacente na eleição da Câmara. A questão de apoiar ou não a reeleição do João Paulo acabou desestabilizando tudo. Na última hora não houve acordo e o [deputado Luiz Eduardo] Greenhalgh foi chamado. É a querela interna paulista que está por trás da eleição do Severino. Mas acho que a presença do Rio Grande do Sul, a presença do Raul Pont e do Tarso na mesma mesa um bom agouro.

Folha - Nesse evento, Marilena Chaui falou do ódio ao PT e disse que o partido foi o principal motor da democracia no país. Concorda?
Alencastro - Essa frase é retórica política e não deve levar a maiores conseqüências. A única frase grave que houve na crise, e que passou meio batida, é a frase do [senador] Bornhausen [PFL]: "Nós agora vamos nos livrar dessa raça por muitos anos". A maneira de falar da esquerda como raça é um ranço profundo da UDN mais reacionária, de onde o Bornhausen vem, e é isso que está no horizonte de um fracasso do governo Lula e do PT. Não é um retorno da situação anterior, de uma presidência tucana civilizada. É o retorno do recalque mais boçal do Brasil, da UDN de 1952, que diz que "pobre é pobre porque pobre é burro", que diz "nisso que dá eleger um encanador e uma empregada doméstica para morar no Alvorada". Essa é a frase grave.

Folha - Esse clima pode levar a uma onda conservadora?

Alencastro - Pode levar a uma onda reacionária. Não devemos ter medo das palavras. Reacionária é uma palavra que Joaquim Nabuco usava no abolicionismo, não é só uma palavra de marxista. Essa é uma onda reacionária de raiva de pobre, de raiva de trabalhador, que está no horizonte. Isso é uma coisa que me deixou muito chocado. O risco eleitoral é isso se polarizar em torno do [ex-governador] Garotinho, que é o populismo escrachado. A direita mais inteligente, os conservadores mais inteligentes não têm interesse em ver o PT desaparecer.


(entrevista concedida à repórter Flávia Marreiro e publicada na segunda-feira no jornal Folha de S. Paulo)

E o mensalão, heim? Ninguém sabe, ninguém viu... (mentira tem perna curta).


         # Jorge Cordeiro @ 00:50

|


Parabéns pr'O Escriba
         segunda-feira, setembro 19, 2005


         
Sempre esqueço datas de aniversário, é impressionante. Só escapou o Martim este ano, pois esqueci a data de todos os meus irmãos, da minha mãe, do meu pai, da Ana... e d'O Escriba! Sim, no último dia 16 o blog completou um ano! Agradeço o apoio da galera, os comentários e as discussões promovidas por aqui, fiquem sempre à vontade!

E como presente vou fazer mais uma promoção: os três primeiros que comentarem este tópico ganharão CDs de música clássica, blz? (é daquela coleção da Folha, comprei os três primeiros - Mozart, Chopin e Beethoven - sem saber que a Ana tinha comprado a coleção toda...). Mandarei por Sedex!


         # Jorge Cordeiro @ 09:41

|


Bátima, o site
         domingo, setembro 18, 2005


         

Enfim, o Filme do Bátima tem página decente na internet! Contraste absoluto em relação à tosca dublagem que esses dois malucos fizeram na década de 1980 de um episódio do seriado do Batman. Recomendo ler a história dessa lendária dublagem ouvindo o grupo Capote e sua hilária canção Feira da Fruta - a trilha sonora oficial do Filme do Bátima!


         # Jorge Cordeiro @ 00:25

|


Vou comprar um disco do Wagner Tiso
         sábado, setembro 17, 2005


         
Faz tempo que não compro um disco, CD, o que for. Desde que instalei o Soulseek no computador de casa, não dou mais um tostão furado para as gravadoras. Quando muito, pago R$ 10, R$ 15 no máximo, por um CD usado ali na lojinha (que já tá lojona) em frente ao Estação Unibanco na Rua Augusta.

Mas se eu achar um do Wagner Tiso, vou comprar na hora. Dois até! Não curto o som dele, mas a entrevista que concedeu neste sábado a'O Globo (ver aqui) justifica o sacrifício de meu parco dinheiro. Grande Tiso!

(para ler a entrevista, é preciso se cadastrar. É digrátis, vai fundo)


         # Jorge Cordeiro @ 17:02

|


Saudosismo ou masoquismo?

         


Enquanto isso, na Rússia, tem um pessoal com saudades dos bons (?) e velhos tempos. Saudades não é bem o termo, já que muitos ali nem eram nascidos quando o comunismo era o sistema vigente. São comunistas de manual, saca?

Protestar contra as mazelas do capitalismo faz sentido, mas... pedir a volta do comunismo? Quem anda pra trás é caranguejo, pessoal! Anarco-budismo já!!


         # Jorge Cordeiro @ 12:21

|


No creo

         

Até agora não caiu a ficha pra mim: Paulo Maluf, o político-símbolo das falcatruas na terra brasilis, o homem responsável pela construção daquela aberração que é o Minhocão na região central de São Paulo, o cara que disse estupra, mas não mata, enfim está preso. Em cana. No xilindró! Muito bom! Novos tempos se avizinham? Não sei, a ver...

E a entrevista que ele deu ao Jornal da Band? Ele pode ser o maior bandidão, mas ninguém pode negar seu carisma! Com aquela entonação de praxe, tão imitada por humoristas e afins, reclamou do Lula (por ele ter dito que Maluf não foi o primeiro nem será o último corrupto a ser preso), da forma como seu filho foi preso (só algemaram o Flávio para a Globo poder filmar) e das 'quentinhas' que come na prisão. "A Polícia Federal deveria ser mais cuidadosa com a alimentação de seus presos", disse, como se estivesse em campanha... figura.

O jeitão dele até conquistou a simpatia de um outro detento, um senhor português que aguarda extradição para Portugal. "Ele é muito simpático e extramamente inteligente" teria dito ele. Maluf é bom companheiro, Maluf é bom companheiro, Maluf é bom companheeeeeeeeiiiiiirrrooooooooo! Ninguém pode negar! Ninguém pode negar!!! (Bom companheiro ao estilo do filme do Scorcese, claro).


         # Jorge Cordeiro @ 11:15

|


Imagem é tudo
         sexta-feira, setembro 16, 2005


         


Criar e compartilhar visões de otimismo. Essa foi a missão que a Coca-Cola deu a cinco agências de design e animação dos cinco continentes - uma delas a brasileira Lobo. O resultado foram filmes bem legais que podem ser vistos aqui.

O filme da MK12, com trilha sonora do Guided by Voices, é sensacional. E está disponível para download na página, basta se registrar digrátis.

Essas peças serão usadas no lançamento da edição limitada de garrafas estilizadas de Coca-Cola, feitas de alumínio e que serão vendidas apenas em alguns poucos clubes noturnos pelo mundo. Ainda não se sabe em quais casas brasileiras ela poderá ser encontrada (quem souber, deixe a dica aqui!!)

As outras agências envolvidas no projeto são: Caviar (Japão) (não achei o site deles), Designers Republic
(Reino Unido), MK12 (Estados Unidos) e Rex & Tennant McKay (África do Sul).

Todo esse esforço de patrocinar iniciativas como essa faz todo o sentido do mundo em se tratando de uma empresa como a Coca-Cola, que faz fortuna mundo afora com a venda de um produto quase tão nocivo quanto o cigarro. Digo de cadeira, já que sou consumidor invertebrado de refrigerante. Sem essas ações para dar uma embalagem moderna, inovadora e agradável ao produto, a companhia certamente teria problemas. Afinal, como explicar por exemplo que vende um líquido doce para matar a sede?!?

Mas não tem jeito, é vício puro! O cigarro já larguei, mas o refrigerante tá difícil. Mas sou otimista, ô se sou...


         # Jorge Cordeiro @ 10:56

|


Essa doeu

         



         # Jorge Cordeiro @ 00:06

|


Cassado!
         quarta-feira, setembro 14, 2005


         
313 a favor, 156 contra, 13 abstenções. Roberto Jefferson não é mais deputado federal e por oito anos ficará afastado da vida política.

Já vai tarde...


         # Jorge Cordeiro @ 22:39

|


Japa

         

Não sei se vc está acompanhando o depoimento do Luiz Gushiken, ex-chefe da Secom do governo Lula na CPI dos Correios, mas o japonês está destruindo seus 'interrogadores'. Eduardo 'Viva a CPI' Paes (PSDB), a juíza Denise Frossard (PSB) e o estressadinho Onyx Lorenzoni (PFL) - todos da tropa de choque da oposição - foram engulidos por Gushiken, que colocou muitos pingos nos 'i's. Mas evidentemente não terá destaque algum no noticiário.


         # Jorge Cordeiro @ 14:44

|


Katrina

         


A grande mídia brazuca só deu atenção aos problemas causados pelo furacão Katrina em terras americanas, em especial à destruição que provocou em Nova Orleans, mas ele também passou por outros países. Em Cuba, por exemplo, conforme li no VoltaireNet.org (cheguei lá pelo link que estava no blog Coleguinhas, Uni-voz!, do Ivson). Nesse pequeno país caribenho o Katrina arrasou com mais de 20 mil residências e fez com que 1 milhão e meio de cubanos fossem evacuados para áreas mais seguras. Sabe quantos mortos? Nenhum. Mas você imagina a Veja ou a Folha de S. Paulo fazendo uma matéria sobre a eficiência do governo cubano (leia-se Fidel Castro) em cuidar de seu povo face à iminência de uma catástrofe? Não, nem eu... Afinal, Cuba é uma ditadura horrenda, não é mesmo?


         # Jorge Cordeiro @ 11:09

|


Qual é a música?
         terça-feira, setembro 13, 2005


         
O Roberto Jefferson prometeu cantar nesta quarta-feira, no plenário da Câmara, se for mesmo cassado por seus colegas deputados. Aposto em Lanterna dos Afogados, dos Paralamas...

Essa votação promete
. Além do jeitão cafa de Roberto Jefferson, mestre na arte sofista de articular palavras, ela terá um tempero extra: será presidida por ninguém menos que Severino Cavalcanti! O homem está na berlina, todos o querem fora dali, mas ele diz que não sai. Cenário perfeito para um bom rebuliço no plenário, protestos devem pipocar aqui ali, nêgo vai gritar, espernear, se vacilar rola até um boxe legal.

Começa às 14 horas, não percam!!

Enquanto isso, nesse estranho 'país' que é São Paulo, Delfim Netto anuncia sua filiação ao PMDB de Orestes Quércia e Garotinho, que por sinal está super bem nas pesquisas e é desde já forte candidato nas próximas eleições presidenciais (toc, toc, toc).

Já começo a pensar que o Gerarrrrdo 'Picolé de Xuxu' Alckmin não é uma opção tão ruim assim, de Pindamonhangaba para o mundo! Pffff, já imaginaram? Não, não... o Brasil não merece. Teríamos uma república dasluzete! Ninguém merece Gerarrrrdo de presidente e DasLu Alckmin de primeira-dama. De qq maneira, o goverrrrrnador teria uma parada dura pela frente - e dentro do próprio ninho tucano. José 'Mr. Burns' Serra já se articula para dar um belo salto no trampolim da Prefeitura de SP e arrancar rumo ao Planalto. Vejam aqui.

Tudo isso acontecendo e o Paulo Maluf ali na superintendência da PF, quietinho em sua cela, esperando o sol nascer quadrado... quem diria, heim? (se bem que não são poucos os imbecis que acreditam piamente que a prisão do ladrão-símbolo do país só aconteceu para desviar o foco da crise que rola em Brasília. Não tem jeito, burrice é um negócio sério...)


         # Jorge Cordeiro @ 23:30

|


V
         segunda-feira, setembro 12, 2005


         
É, parece que ainda não foi dessa vez que fizeram um filme à altura da obra do Alan Moore. Mesmo assim, V de Vingança, que estréia ainda este ano, parece ser bem melhor que os fiascos Liga Extraordinária (não dá pra engulir aquele Tom Sawyer...) ou Do Inferno, que é uma colcha de retalhos do comic original.

Se pelo menos o bruxo de Northampton fosse um pouquinho só mais exigente com os roteiros e produções baseados em suas histórias, evitaria o constrangimento de ver essas obras-primas serem destroçadas por Hollywood... Mas enfim, melhor que nada também...

E parece que Watchmen também vai pra telona, vamos ver no que dá.


         # Jorge Cordeiro @ 23:42

|


Saudade dá... e não passa!

         

Não imaginei estar com tanta saudades do Rio de Janeura até pôr o pé na estrada no último sábado. Com 600 megas de MP3 variados no CD-player, eu, Ricardo, Cris e o pequeno Léo cruzamos a 'fronteira' e chegamos à Linha Vermelha, ao Túnel Rebouças, à cidade maravilhosa.

Fiquei apenas dois dias, mas deu pra matar muitas saudades. Da estrada (desde os mais de 11 mil km com o Greenpeace, em março/abril, que eu não viajava), do clima abafado e quente, da praia (mesmo que de calça jeans), da caminhada descompromissada do Leblon até a General Osório, do feijão preto da casa do meu pai, dos longos papos com meu irmão num café de Copa, dos bonitos casarões de Botafogo, dos amigos que revi no Botequim Carioca e na casa da Larissa (além dos encontros surpresas pelas ruas), da imbatível hospitalidade de estranhos (fiquei hospedado na casa de um casal amigo de uma amiga, nem me conheciam, mas me receberam como se fóssemos íntimos de infância), do caótico e irresponsável trânsito, do mal-humor dos balconistas das lanchonetes, do dormir pelado e ainda assim suar em bicas, mesmo com o ventilador de teto ligado... E com certeza do visual que temos do avião logo após a decolagem no Santos Dumont.

Fiquei com um gostinho de quero mais...


         # Jorge Cordeiro @ 18:36

|


Espetacular
         sexta-feira, setembro 09, 2005


         

A CGSociety (site para aficionados em computação gráfica) iniciou o concurso Spetacular Challenge (CGChallenge XVIII). A idéia é produzir no computador um visual que tenha excelência narrativa e emotiva e chame atenção mais pela idéia do que pela técnica usada no computador. Algo simplesmente... espetacular! Inscrições abertas até o dia 5 de dezembro. Os prêmios são uma penca de softwares fuderosos de computação gráfica e afins. Mãos à obra!
O concurso anterior tinha como tema a Grande Ópera Espacial - Ícones da Civilização e Conflito Galáctico. O vencedor foi Alexander Preuss (cujo apelido é Vampeta, será brazuca?), com essa cena aí de acima (clique na imagem pra aumentá-la). Legal, não? Se quiser conhecer um pouco mais das técnicas usadas pelo cara, o passo-a-passo de como chegou ao desenho final e até o enredo que criou para justificar a cena, clique aqui.


         # Jorge Cordeiro @ 10:26

|


Fim de temporada
         quinta-feira, setembro 08, 2005


         
Segundo a revista Rolling Stones, estas foram as últimas palavras de Hunter S. Thompson antes de estourar os miolos:

No More Games. No More Bombs. No More Walking. No More Fun. No More Swimming. 67. That is 17 years past 50. 17 more than I needed or wanted. Boring. I am always bitchy. No Fun - for anybody. 67. You are getting Greedy. Act your old age. Relax - This won't hurt.


O texto estava numa nota deixada para sua mulher. Que coisa...


         # Jorge Cordeiro @ 23:50

|


Três dicas

         

- O Ministério da Educação iniciou um projeto bem legal, colocando na internet obras que já estão em domínio público. Os arquivos podem ser baixados sem problemas. Pena que ainda tem pouca coisa. Mas já tem uns livros legais. Peguei uns do Hans Christian Andersen.

- Dia 22 de outubro vai rolar no Hangar 110 um show de tributo aos Ramones em São Paulo, com o baixista CJ Ramone. Ele será acompanhado por Daniel Rey (guitarra) e Vom Ritchie (bateria). A abertura fica por conta das bandas paulistas Lambrusco Kids (www.lambruscokids.com.br), Os Excluídos (www.osexcluidos.com) e Kretinos 74 (www.kretinos.com.br). Os ingressos já estão à venda nas lojas London Calling (www.londoncalling.com.br) e Estrondo (www.estrondohardcore.com.br), em São Paulo. O Hangar fica na rua Rodolfo Miranda, 110 - Bom Retiro (SP). Ingressos a R$ 30 (antecipado) e R$ 40 (na hora).

- Quem estiver por Campinas nesta sexta-feira dê um pulo no Paparazzi Pizza Bar (rua Padre Almeida, 167 - Cambuí). Meu camarada Manoel de Brito está com uma exposição de fotos, Fragmentos. Tem que fazer em sampa também, meu camarada! Sucesso procê!


         # Jorge Cordeiro @ 22:37

|


A Lógica do Blefe

         

Imperdível esta Entrevista com o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, publicada na última edição da revista IstoÉ.

Me faz entender um pouco mais porque toda vez que vejo ACMzinho e Jorge Bornhausen 'indignados' na TV, sinto uma vontade danada de vomitar...


         # Jorge Cordeiro @ 09:49

|


For Those About to Rock...
         quarta-feira, setembro 07, 2005


         


... WE SALUTE YOU!!!


         # Jorge Cordeiro @ 23:21

|


Certas canções

         

Faz dias que não tiro o novo disco do Pato Fu, Toda Cura Para Todo Mal, do toca-CD do carro. É um dos trabalhos mais interessantes do pop nacional deste ano. Graças a ele, a minha volta pra casa depois de mais um dia de labuta fica menos maçante. Tem uma música em particular que me deixa com um nó daqueles na garganta, sou obrigado até em diminuir a velocidade porque o risco de bater é grande, pois o foco vai lá pro infinito, saca?

Seu nome é Agridoce:

Por que vc às vezes,
Se faz de ruim?
Tenta me convencer,
que não mereço viver,
que não presto, enfim.

Saio em segredo,
Vc nem vai notar,
E assim sem despedida
saio de sua vida,
tão espetacular.

Ao chegar lá fora,
Direi que fui embora
e que o mundo já pode se acabar.

Pois tudo mais que existe,
só faz lembrar que o triste
está em todo lugar.

E quando acordo cedo,
De uma noite sem sal.
Sinto o gosto azedo,
de uma vida doce e amarga no final.

Saio sem alarde,
sei que já vou tarde.
Não tenho pressa,
nada a me esperar.

Nenhuma novidade,
as ruas da cidade,
o mesmo velho mar.

Nem uma novidade,
as ruas da cidade,
o mesmo velho mar.

Ao chegar lá fora,
direi que fui embora
e que o mundo já pode se acabar.

Pois tudo mais que existe,
só faz lembrar que o triste
está em todo lugar.

Nenhuma novidade,
as ruas da cidade,
o mesmo velho mar.

Nenhuma novidade,
as ruas da cidade,
o mesmo velho mar.


(se rolasse o som seria duca, mas ainda não aprendi como fazer para ter uma rádio neste humilde blog...)


         # Jorge Cordeiro @ 02:04

|


Parajornalismo

         

A venezuelização da imprensa brasileira é inversamente proporcional ao seu encolhimento como fonte única de informação. Blogs, Fóruns de discussão, grupos de debate por email, Centros de Mídia Independente, rádios comunitárias, multiplicai-vos! Vcs são a melhor forma de combater as deformações da arte de comunicar.

Bons exemplos de parajornalistas são Diogo Mainardi e Jô Soares (pricipalmente quando reúne as 'candinhas' às quarta-feiras...)

Por falar em imprensa, os bastidores desse mato sem cachorro estão escancarados aqui, no Coleguinhas.


         # Jorge Cordeiro @ 00:12

|


Racismo nas águas do Mississippi
         segunda-feira, setembro 05, 2005


         
Muitos jornalistas não tomam o devido cuidado com as palavras que usam na hora de construir seus textos, alguns chegam a afirmar ser besteira tal preocupação. "Deixa de ser politicamente correto e escreve aí", esbravejam editores, repórteres e afins. E o preconceito e elitismo escorre parágrafos a fio em matérias dos principais veículos de imprensa dia após dia, sem que a maioria dos responsáveis pelos textos admitam qualquer problema. Preconceito e classismo são difundidos de maneira tão eficiente que muitos nem percebem. Como bem dizia Goethe, o maior trunfo do Mal é se fazer despercebido...

O caso mais recente aconteceu em legendas de fotos publicadas no portal de notícias do Yahoo! Brancos encontram comida e bebida em mercearias, já negros saqueiam os mesmos produtos das lojas. As fotos e suas respectivas legendas podem ser vistas neste blog (da forma original que estavam publicadas no site do Yahoo!)


E a pergunta que não quer calar é: Por que o país mais rico e poderoso do mundo teve que pedir ajuda humanitária para melhor atender os habitantes de Nova Orleans? A cidade mais divertida dos EUA, sucumbe aos desmandos de Bush Jr.

O império revela suas rachaduras...


         # Jorge Cordeiro @ 10:16

|


Diga lá, Zé!
         domingo, setembro 04, 2005


         
(Trecho da entrevista que fiz quarta-feira passada com Zé Rodrix, que está lançando em breve Zorobabel, pela editora Record)

P – Para você montar todo esse mosaico histórico, religioso e cotidiano em Zorobabel, teve que usar uma extensa bibliografia, que aliás está toda registrada ao final do livro. O que é curioso, porque não é comum romance ter bibliografia. Qual sua intenção ao fazer isso?

R – Eu faço questão porque considero essencial compartilhar a informação que busquei e encontrei sobre o assunto. Eu já tinha publicado uma bibliografia no primeiro (Johaben, Diário de Um Construtor do Templo) e vou publicar no último livro da trilogia. Como é que eu posso escrever um livro desse e não revelar as fontes desse conhecimento? Acho que essas fontes de conhecimento não são só minhas, eu não tenho que ocultá-las. Conhecimento só funciona se for compartilhado. Quanto mais você espalhar o conhecimento, maior é o bem que ele faz. Reter conhecimento é um crime.


         # Jorge Cordeiro @ 17:00

|


O homem bolha
         sábado, setembro 03, 2005


         
Vc anda reclamando da vida? Talvez páre depois de conhecer Chad!

(o terceiro episódio, Class, em que ele tenta assistir a uma aula, é de rolar de rir...)


         # Jorge Cordeiro @ 01:24

|


Chove chuva
         sexta-feira, setembro 02, 2005


         
E não é que o cara cumpriu o prometido? Fez chover dinheiro em plena avenida Paulista! Quem lá esteve diz que não era R$ 10 mil, mas fez a alegria do pessoal de qq maneira. Todas as notas estavam carimbadas com o endereço do blog dele - malaaaandro!

(Texto abaixo foi a nota que escrevi para o site do Globo Online com as informações passadas pela repórter Juliana Garçon, do Diário de S. Paulo, que esteve no local. Tem umas fotos na página de São Paulo do Globo Online.

"SÃO PAULO - Quem nunca sonhou com uma chuva de dinheiro? Pois aconteceu nesta sexta-feira, e em pleno coração financeiro de São Paulo, a Avenida Paulista. Por volta das 13 horas, milhares de notas de R$ 1 começaram a cair de um prédio localizado na esquina com a Rua Augusta.

O autor da chuva de dinheiro, que não se identificou, havia anunciado em seu blog "10 anos em 1000" ao longo da semana que iria compartilhar parte do que ganhara em um site de jogo online. Prometeu R$ 10 mil, mas é impossível afirmar se cumpriu o combinado.

As muitas notas que caíram nas duas 'chuvas' promovidas pelo desconhecido foram coletadas por dezenas de pessoas que se aglomeraram na calçada assim que perceberam o que estava acontecendo. Algumas crianças chegaram a subir na marquise que cobre a entrada da estação Consolação do Metrô para pegar algumas das notas, que estavam carimbadas com o endereço do blog do autor da brincadeira.

O office-boy, Moacir Ferreira da Silva, de 33 anos, estava indo para o banco quando foi surpreendido pela chuva de dinheiro. Ele conseguiu pegar R$ 21.

- Nunca sonhei que ia cair dinheiro do céu. Vou parar sempre aqui. Já vai dar para pagar a gasolina e encher o tanque da moto - afirmou todo sorridente."


         # Jorge Cordeiro @ 15:22

|


Chuva de dinheiro

         

Um cara avisou pelo seu blog que vai jogar hoje, sexta-feira, R$ 10 mil em notas de R$ 1 do alto de um prédio da Avenida Paulista, entre as ruas Ministro Rocha Azevedo e Bela Cintra. Marcou para as 13 horas. Faltam 36 minutos agora! Será? Saiu até na coluna do Boechat, no Jornal do Brasil.

Se fizer, vai ser uma farra!


         # Jorge Cordeiro @ 12:22

|


Zorobabel
         quinta-feira, setembro 01, 2005


         
Tô meio sonolento, graças ao esforço que fiz para ler um livro de 700 páginas em menos de uma semana para poder entrevistar seu autor. É um frila que estou fazendo pra Editora Record, leio um livro, entrevisto o autor e mando pros caras no Rio que usam o texto como parte do material de divulgação. Desta vez foi Zorobabel, do Zé Rodrix. O livro é fantástico, o segundo de uma trilogia a ser completada em dois anos. Conversei com ele ontem (quarta-feira) no escritório de sua casa, na simpática rua Petrópolis, ali perto das avenidas Sumaré e Dr. Arnaldo. Papo delicioso, ficamos mais de duas horas falando sobre a Ordem do Templo de Jeová e maçonaria (sobre os quais fala o livro), paganismo, música, literatura, ficção científica, romances históricos. Em parte como fonte para a entrevista, mas muito de bate-papo informal mesmo. Se pudesse, voltaria mais vezes pra trocar uma idéia com o cara, que considero uma das poucas cabeças esclarecidas de nosso frágil e medíocre mundo artístico nacional.

Além desse Zorobabel, que foi pré-lançado na última Bienal do Livro do Rio e o será oficialmente nas livrarias acho que ainda em setembro, Zé Rodrix está com três outros livros no forno: Gosto Alugado (que discute os dogmas e mitos da música brasileira que são perpetuados pela mídia), O Cozinheiro do Rei (ficção histórica que se passa no Brasil imperial, se não me engano) e o terceiro volume da trilogia sobre o Templo de David e a ordem maçônica que girava em torno dele, contada agora a partir do ponto de vista de um traidor. Pela leitura do prólogo depois da entrevista pude perceber que se trata de nova obra-prima.

O texto de Rodrix é rebuscado, fácil e instigante. Falei que, por ser livro dele, esperava algo mais pop, mas sua escrita é elegante, formal e densa, algo raro na literatura brazuca.

Não li ainda o primeiro livro da trilogia, que narra a construção do Templo de David, mas já encomendei um exemplar. Logo mais coloco um dos trechos que mais me impressionou, tanto pela beleza das palavras, como pena cena em si - a dança que a sacerdotisa Ishtar faz no alto do templo de Marduq (que nada mais é do que a famosa Torre de Babel) momentos antes de se enlaçar com o rei da Babilônia em uma cerimônia sexual ritualística.

Zé Rodrix pode estar criando com Zorobabel, um Senhor dos Anéis brazuca - sem nada a dever à obra de Tolkien.


         # Jorge Cordeiro @ 14:58

|


Que situação...

         



         # Jorge Cordeiro @ 01:02

|


Esse ACMzinho vai longe...

         



Como a memória é curta, não? Não faz muito tempo que o ilustre ACMzão fugiu do pau no Congresso. Lembra?

Eu não vi o programa, mas tenho certeza de que o Jô, genial como sempre, nem tocou no assunto... pfffff


         # Jorge Cordeiro @ 00:47

|



Creative Commons License
Get Firefox!


Seja assinante d'O Escriba! É só cadastrar seu email abaixo


powered by Bloglet
Defenda os Oceanos! Information Is Not Knowledge Navegando
Álbum de família
Urubus (ex-alunos do CPII)
High Times
Andy Miah
Wikipedia
Natural Resources Defense Council
Michael Moore
World Press Photo
Alan Moore
Filosofia Sufi
Attac
The Economist
BBC Brasil
Greenpeace
Warnet
O Cruzeiro digital
Subcomandante Marcos
Pedala Oposição
A For Anarchy

Blog-se
1/2 Bossa Nova e Rock'n'Roll
Projeto Luisa
Paulistanias
Idiotas da Objetividade
Primavera 1989
Lawrence Lessig
Fotolog da Elen Nas
A Noosfera
Blog do Neil Gaiman
Saturnália
Kaleidoscopio
Conversa de Botequim
Cera Quente
Blog da Regina Duarte
Coleguinhas
Cascata!
Insights
Mandrake: O Som e a Palavra
Cocadaboa
Academia
Viciado Carioca
Promiscuidade em Beagá
Stuff and Nonsense
Google Maps Mania
Laudas Críticas
Google Blog
Síndrome de Estocolmo
Tudo na Tela
Uma Coisa é Uma, Outra Coisa é Outra
Sensações
Ovelha Elétrica
Yonkis
Totally Crap
Mídia Alternativa
Guerrilla News Network
Revista Nova-E
Centro de Mídia Independente
Observatório Brasileiro de Mídia
Center For Media and Democracy
Comunix
Jornais do mundo
Disinfopedia
Agência Carta Maior
Project Censored
Stay Free Magazine
AntiWar
Red VoltaireNet
Consciência.net
Tecnologia
Electronic Frontier Foundation
Mozilla Firefox
Artigos Interessantes
Portal Software Livre BR
CNET News.com
Slashdot
Kuro5hin
Wired
Creative Commons
Engadget
Música
Downhill Battle
Soul City
Planeta Stoner
Movie Grooves
Hellride Music
Stoner Rock
Ether Music
Funk is Here
Sinister Online
Alan Lomax
Rathergood
Frank Zappa
Válvula Discos
Beatallica
Bambas & Biritas
The Digital Music Weblog
Saravá Club
8 Days In April
Violão Velho
Bad Music Radio
Creem Magazine
Detroit Rock & Roll
Afroman
Nau Pyrata
Cinema
Rotten Tomatoes
Cinema em Cena

Arquivos
setembro 2004
outubro 2004
novembro 2004
dezembro 2004
janeiro 2005
fevereiro 2005
março 2005
abril 2005
maio 2005
junho 2005
julho 2005
agosto 2005
setembro 2005
outubro 2005
novembro 2005
dezembro 2005
janeiro 2006
fevereiro 2006
março 2006
abril 2006
maio 2006
junho 2006
agosto 2006
setembro 2006
outubro 2006
novembro 2006
dezembro 2006


Últimos Artigos
deu no uol
Escriba agora é 3.0
arveres somos nozes


Parque Temático África
Versão 3.0
ESCRIBA.ORG
Lista de Furnas, o retorno
Billy Preston (1942-2006)

Build free web site
Site
Meter
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

   Jorge Cordeiro  / Semear palavras, colher idéias Propulsões Digitais Redpogo
   Você é o seu próprio obstáculo - eleve-se sobre si mesmo