Excalibur
domingo, outubro 17, 2004
Quando a lenda supera a história... Croco Press
Uma das boas lembranças que tenho da infância são os fim de semanas que passava na casa de uma tia que morava em Vila Valqueire, no Rio, para me enfurnar num dos quartos e ler uma coleção sobre o rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda. Era uma edição gigantesca, mais de 10 volumes com certeza, da qual não tenho a mais vaga idéia de detalhes técnicos (edição, autor, ano). Mas lá estavam Artur, Guinevere, Lancelot, Percival, Merlim, Morgana, Mordrid, Galahad, Camelot, Excalibur, o Santo Graal. Lia vorazmente e torcia para o próximo fim de semana chegar mais rápido pra poder ler mais um pouco sobre as aventuras daquela irmandade de cavaleiros.
Revivo isso tudo porque acabei de (re)ver no DVD o filme Excalibur (1981), do diretor John Boorman.
O roteiro é fiel ao livro 'Le Morte D'Arthur, de Sir Thomas Malory (1470), talvez o primeiro a juntar os cacos da lenda medieval num épico que forjou tudo o que conhecemos hoje em termos de filmes de cavalaria. Luz, cenários, locações e figurinos são simplórios, mas eficientes, contribuindo para a perfeita ambientação da história num tempo de mitos, magia e beligerância. As armaduras e armas usadas parecem realmente pesadas, limitando os movimentos dos atores figurantes e dando ainda mais realismo às cenas.
As melhores tiradas são do mago Merlin, claro. "É a maldição do homem que ele esqueça", "É chegada a hora do homem e seu Deus único. Não há mais lugar para magos e espíritos". Cito de memória. Nicol Williamson faz um Merlin sagaz, irônico, poderoso. Seja aconselhando Arthur (Nigel Terry) ou disputando poder com Morgana (Helen Mirren), a meia irmã do rei, Merlin/Williamson dá show e rouba a cena.
Trata-se, enfim, de uma obra-prima. É cinema dos tempos em que o texto e a representação dos atores se sobressaía à ação. Em que o diretor mandava mais do que o produtor, ou em que os dois tinham mais sintonia, entre si e com a sétima arte. Dos tempos em que se fazia filmes para platéias exigentes e inteligentes, dispostas a pensar e refletir, não para a massa adolescente (de idade e de cabeça), que nunca pegou um livro com mais de 400 páginas pra ler. Para esse pessoal, basta um filme como Rei Artur, de Antoine Fuqua (diretor) e John Bruckheimer (produtor), que está atualmente em cartaz. Esse novo filme está mais próximo, dizem, dos fatos históricos, mas não tem Excalibur na pedra, nem busca pelo Santo Graal, muito menos o incesto entre Morgana e Arthur ou a traição de Lancelot e Guinevere. Não tem alma...
Por mais que eu goste de rigor histórico, a lenda do Rei Artur como a conheci tempos atrás naquele quarto escuro e empoeirado ainda faz mais sentido para mim. Então, publique-se a lenda!
# Jorge Cordeiro @ 01:17
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