A experiência Napster
sexta-feira, janeiro 28, 2005
O professor Markus Giesler, da Universidade de York, em Toronto, Canadá, tem pesquisado muito sobre tecnologia, consumo e marketing, e desenvolvido teorias interessantes sobre a cultura colaborativista da Internet e seus usuários. Uma delas é o estudo iPod Therefore iAm, no qual investiga os usuários do iPod (o walkman deste início do século 21) e seus hábitos consumistas. O iPod é, na visão de Giesler, um aparelho revolucionário que transforma seus usuários em ciborgues por meio de um processo chamado tecnotranscendência. Há um artigo recente na Wired.com, sobre o assunto, recomendo.
Mais interessante ainda é o seu projeto A Experiência Napster. Criado em 2000 pelo então adolescente Shawn Fanning para facilitar a troca de arquivos pela Internet com amigos, o Napster logo se transformou numa coqueluche, por permitir a troca de arquivos sem muito mistério, principalmente de música. A indústria fonográfica caiu de pau, Shawn foi processado, teve que fechar a empresa e, anos depois, ressurgiu como consultor de uma das gigantes da música (a BMG, senão me engano) e relançou o Napster, desta vez um serviço pago e domesticado.
O Napster morreu, mas lançou - nas palavras de Giesler - "um dos pontos de cristalização cultural mais inovadores do cosmos social do ciber-espaço. A troca de arquivos pela Internet pode ser considerada como uma das práticas de consumo mais populares da cultura de consumo contemporânea, apesar de pouco pesquisada."
Enquanto isso, no mundo real do capitalismo selvagem, a indústria fonográfica americana processa mais 717 usuários de redes de troca de arquivos... Será que esse pessoal realmente acha que vai conseguir parar o bonde da história na marra?
# Jorge Cordeiro @ 23:39
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