Os 300 de Severino
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
A eleição do novo presidente da Câmara tomou seis páginas da edição de hoje da Folha de São Paulo - contra três sobre o clima de violência contra trabalhadores rurais no Pará. Isso sem falar nas notinhas em colunas e artigos nas páginas de opinião. Não li ainda outros jornais, o que farei mais tarde, mas acredito que a proporção tenha se mantido. Que eu me lembre, nunca esse tipo de eleição contou com tanta exposição assim. Tá certo que é o terceiro cargo mais importante do país - atrás do presidente e do vice -, mas me parece um pouco exagerado esse auê todo.
Mas agora que o governo e o PT sofreram essa grande derrota, a quantidade de matérias não deve diminuir tão cedo. Os 300 picaretas... oops, deputados que votaram em Severino deram uma prova inequívoca de como funciona a política no país: farinha pouca, meu pirão primeiro. Para marcar posição contra o governo e o PT, elegeram um deputado fisiologista, homofóbico e manipulável, do tipo que está sempre com o governo, independentemente de sua coloração ideológica, desde que seja bem recompensado, claro.
E o Virgílio, heim? A carreira política dele praticamente zerou. No PT, não tem mais clima, é o grande traidor dessa história toda - com os votos que ganhou no primeiro turno, poderia eleger o candidato oficial do partido, Greenhalgh. Fora do PT, também não é muito bem visto, passou a imagem de traíra. Resta o caminho óbvio: o PSDB, que só pensa em 2006...
Se Virgílio Guimarães não for expulso do PT, Heloísa Helena, Babá e Luciana Genro têm que ser recebidos de volta com pompa e circunstância. Afinal, a insubordinação deles foi infinitamente menos grave que a do deputado mineiro.
# Jorge Cordeiro @ 11:00
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