O Escriba
v2.0
Uma minoria só é impotente quando se amolda à maioria (Henry D. Thoreau)

Novidades nos links
         quinta-feira, julho 28, 2005


         
Acabei de incluir mais alguns links aí do lado. Tem para todos os gostos. Do ferino pH(ácido) ao sensível Cera Quente, passando pelo ciberpunk Arte Mútua. O Conversa de Botequim me foi indicado pelo camarada Fábio José e só não leio mais por falta de atualizações mais constantes. E tem o sensacional blog da Regina Duarte, já comentado aqui. Quem quiser boas risadas não deixe de visitá-lo!

Outro bem interessante é o Taxitramas, blog de um taxista de Porto Alegre. As crônicas dele são sensacionais, confiram!

E "last, but not least", tem o Think Mag, da minha amiga Vanessa Neupman, uma revista de variedades sobre cultura brasileira para a qual contribui com um texto sobre Mestre Vitalino ou, como está lá, "Master Vitalino", o artista do Alto do Moura (na região metropolitana de Caruaru, em Pernambuco) autor daqueles famosos bonecos de barro. O site é todo em inglês porque é voltado para o público americano.

Espero que curtam as dicas! Depois comentem aqui, blz?


         # Jorge Cordeiro @ 21:58

|


Valeu Romão!
         quarta-feira, julho 27, 2005


         
Croco Press

O baterista Dom Um Romão se foi. Aos 79 anos, não é pra qq um. Não sou fã de bossa nova, mas o som desse cara tinha um suíngue hipnotizante, irresistível, um algo a mais.

Em sua homenagem, vou escutar o The Complete Muse Recordings (esse aí embaixo).

Croco Press

Esse disco reúne dois trabalhos antigos dele - Dom Um Romão (de 1972) e Spirit Of The Times (1973). Evidentemente nunca foi lançado no Brasil. Afinal, as gravadoras por aqui estão repletas de talentos indiscutíveis e não têm tempo a perder com essas velharias... Pirataria neles!


         # Jorge Cordeiro @ 23:43

|


Desvendando mitos

         

Sou carioca, mas estou 'exilado' em São Paulo há seis anos. Gosto daqui. Me adaptei bem, casei, tive filhos, fiz amigos. Mas confesso que sempre guardava em algum lugar no coração a esperança de um dia voltar pro Rio. Esse desejo, no entanto, foi minguando com o tempo. A eficiência metropolitana da capital paulista, onde tudo funciona razoavelmente a contento, me conquistou. Sou essencialmente urbano. Sempre que ia às Paineiras, zoava meus amigos afirmando que o excesso de clorofila estava me fazendo mal... :)

Hoje, tenho o Rio de Janeiro como um belo (e decadente) balneário que está a pouco mais de 400 quilômetros de distância, para onde posso ir numa sexta à noite e voltar domingo no final do dia.

Devo dizer, no entanto, que mais do que a urbanidade paulistana, o que praticamente me fez desistir de voltar a morar no Rio foi o descaso do carioca com sua própria cidade. As ruas vivem sujas, fedorentas (e os moradores de rua são os que têm MENOS a ver com isso...), os atendentes dos estabelecimentos comerciais parecem estar eternamente mal-humorados, os serviços não funcionam ou funcionam mal, as praias estão imundas, muitos bares insistem em incentivar a poluição da cidade servindo cerveja (invariavelmente quente) em copos de plástico), o trânsito é desorganizado e agressivo ao extremo. A sensação que temos, circulando pela cidade - e o que mais gosto de fazer quando vou ao Rio é circular a pé, como sempre fazia, já que nunca tive carro quando morava lá -, é que o carioca está cagando e andando para o 'todo', se importa apenas com a sua própria qualidade de vida, instantânea, momentânea, individualista, egoísta.

O Rio de Janeiro continua lindo, mas decaindo dia após dia...

Será que é difícil de entender que a tendência é piorar se for mantido o atual nível de desrespeito com o bem público?

Discuti o assunto há duas semanas com um amigo carioca também 'exilado' em SP. Mas, diferentemente de mim, ele faz planos sérios e sinceros de voltar ao Rio com a família. Ponderei que a cidade não é mais aquela nossa de 20 anos atrás. "O mito do carioca 'bon-vivant' está morto", disse a ele, que refutou veementemente, dizendo que eu estava me deixando levar pelos exageros da mídia, que não era bem assim.

Mas reafirmo convicto: a cidade maravilhosa se parece cada vez mais com uma 'Faixa de Gaza' tropical. Esta recente pesquisa da FGV, que coloca o Rio como a cidade de PIOR Índice de Condições de Vida em 11 capitais pesquisadas só confirma minha tese. Infelizmente...


         # Jorge Cordeiro @ 01:34

|


O chamado de George

         

Ou Paul McCartney pirou de vez ou mais um Beatle vai cantar pra subir logo logo...


         # Jorge Cordeiro @ 01:06

|


Parada de sucesso
         terça-feira, julho 26, 2005


         
Eis alguns artistas que vocês NUNCA (ou raramente) escutarão no rádio! Graças, é claro, ao 'jabá' nosso de cada dia.


Soul + vocalista fudido + roquenrol de garagem = Dirtbombs
Croco Press


Depois de Eastern Sounds, tudo fica muito diferente...
Croco Press


Pra conseguir discos desse cara, só recorrendo ao P2P... ou amigos no exterior, claro.
Croco Press


Quem vê o Iggy Pop certinho assim, não imagina o que ele fazia no palco...
Croco Press


C tá pensando que o cara é Loki? Né não...
Croco Press


Volume 10 das sessões no deserto do Josh Homme. A mão da direita é da PJ Harvey
Croco Press


         # Jorge Cordeiro @ 11:21

|


Jabá é punido... nos Eua

         

As quatro grandes da indústria fonográfica - Warner, Sony/BMG, Universal e EMI - foram convocadas nos EUA a prestar esclarecimentos sobre a prática do famigerado 'jabá', que consiste no pagamento de uma quantia X pelas empresas para ter suas músicas tocadas no rádio. E agora a Sony/BMG, numa clara confissão de culpa, pagou US$ 10 milhões pra encerrar o processo. Ver aqui.

Enquanto isso, no Brasil, a mamata corre solta. E as gravadoras não pagam apenas rádios, mas também programas de TV para ter seus artistas expostos ad infinitum na telinha, massacrando nossos ouvidos e paciência.

O 'jabá' (ou 'payola', em inglês) é um dos recursos mais escrotos do processo de enganação do consumidor de música, já que impõe ao ouvinte 'sucessos' pré-determinados.

Os programadores musicais das rádios e TVs não têm libertar para tocar aquilo que realmente gostam. Quem eles acham que enganam quando tocam 'as mais pedidas'?

Nos empurram um limitado 'top list' a la carte, quando deveríamos ter um ilimitado serviço 'self-service'...


         # Jorge Cordeiro @ 09:21

|


Hoje é dia de São Cristóvão
         segunda-feira, julho 25, 2005


         
Ele é padroeiro dos motoristas, principalmente caminhoneiros. Bem que estou precisando de uma benção - já roubaram meu carro e bateram no outro. De qq maneira, é um bom motivo pra ir ao bar de mesmo nome na Vila Madá com os amigos, trocar uma idéia. De repente, rola até um desconto ou chope na faixa. Bora?


         # Jorge Cordeiro @ 11:00

|


Sr. Brasil
         domingo, julho 24, 2005


         
O programa do Rolando Boldrin é sensacional. Estou em casa, terminando a revista do Greenpeace, e assistindo uma apresentação dele com Dominguinhos. Boa música, bom humor, boa TV. E pensar que tem nêgo que prefere ver Faustão... putz...


         # Jorge Cordeiro @ 16:13

|


Regina

         

Um dos blogs mais engraçados que já li. É de chorar, sensacional!! Pura e simplesmente, Regina!


         # Jorge Cordeiro @ 16:07

|


Greenpeace no rio São Francisco

         

Digitem "o escriba" no Google e depois cliquem em Imagens, no menu superior da página. Olhem a primeira foto que aparece!


         # Jorge Cordeiro @ 12:41

|


Admirável mundo digital novo

         

Passo dias sem ler jornais ou ver TV, mas navegar na Internet é imprescindível. Sua vitalidade interativa, a riqueza de dados que oferece, a facilidade com que permite o contato com os amigos (seja por email, orkut, icq ou skype), me fascina. E é uma das ferramentas mais poderosas para desenvolver projetos, principalmente na minha área, a comunicação. Mas mais do que isso, o q impressiona é a força comunitária presente na Internet. Pessoas que só se conhecem online, comunidades de blogs, perfis de orkut e fóruns de discussões interagindo, moldando-se em uma malha social virtual poderosa.

Casado e com dois filhos pequenos, não estou mais tão rueiro como antigamente. Fico meio isolado e não podia ser diferente. Troquei a rua pela infovia. Só quando o Martim (e em breve a Sofia) me convoca é que volto a ela, pra dar um rolé.

Tempos atrás, a janela caseira para o mundo era a TV e o rádio (em menor escala). Mas eu pelo menos não tenho mais paciência para tanta passividade. Ficar ali, escutando e vendo apenas, sem poder interferir, dar pitaco, esporro, elogio, nada, não dá. Fico resmungando que nem um velho... heheheheh

Mas em breve a TV e o rádio permitirão a montagem de programas personalizados, editados para a sua conveniência e disponibilidade de tempo. Quando TV, rádio e Internet unirem esforços pra valer, o paradigma social da humanidade mudará radicalmente.

Me deparei com um trecho no livro que estou lendo, A Vida Digital, do Nicholas Negroponte, que me fez refletir sobre isso tudo. Negroponte foi quem fundou o Media Lab do Massachussetts Institute of Technology (MIT) e nesse livro, escrito em 1995, analisa algumas questões que se impunham na época em relação à Internet e como o mundo digital iria interferir no dito mundo 'real'.

Diz ele:

"A doutrina da transmissão televisiva possui todos os dogmas do mundo analógico, mas apresenta-se quase inteiramente desprovida de princípios digitais tais como o da arquitetura aberta, o da escalabilidade e o da interoperabilidade. Isso vai mudar, mas essa mudança tem até agora ocorrido de forma bastante lenta.

O agente dessa mudança será a Internet, tanto literalmente quanto na condição de modelo ou metáfora. A Internet é interessante não apenas por ser uma vasta e onipresente rede global, mas também como um exemplo de algo que se desenvolveu sem a presença de um projetista de plantão e que manteve um formato muito parecido com aquele dos patos voando em formação: inexiste um comando e, até agora, todas as suas peças se ajustam de modo admirável."


E ainda:

"A comunidade de usuários da Internet vai ocupar o centro da vida cotidiana. Sua demografia vai ficar cada vez mais parecida com a do próprio mundo. Como a Minitel francesa e a Prodigy americana aprenderam, a maior aplicação isolada das redes é o email. O valor real de uma rede tem menos a ver com informação do que com a vida comunitária. A superestrada da informação é mais do que um atalho para o acervo da Biblioteca do Congresso. Ela está criando um tecido social inteiramente novo e global."

Quem quiser comprar o livro, clique aqui.


         # Jorge Cordeiro @ 11:24

|


A ferramenta definitiva
         sábado, julho 23, 2005


         
O oráculo de cada um. Já tem o seu?


         # Jorge Cordeiro @ 23:55

|


Tudo é arte

         

Mariah Carey fez um agá pros paparazzi e nosso amigo aqui tá ficando famoso. Dei uma olhada e chorei de rir com o sandu-iche-iche (lembram dela? a mulher gaga que foi entrevistada por um jornal local da Globo no nordeste) e o Professor Xavier, do X-Men... muito bom!

E por falar em humor... Inegavelmente contundente.


         # Jorge Cordeiro @ 23:26

|


A Carta de Melissa
         sexta-feira, julho 22, 2005


         
A jornalista Melissa Monteiro, que conseguiu entrevistar o presidente Lula em Paris para desgosto de uma miríade de jornalistas-estrelas, publicou a seguinte carta na Folha de São Paulo hoje:

Fiz o que todo jornalista deveria fazer

- Escrevo para me defender das críticas e calúnias das quais fui vítima nos últimos dias e que têm me machucado muito. Parece um grande erro ser jornalista e exercer a profissão com afinco e paixão. Sou "acusada" por grandes veículos de comunicação do Brasil de ter conseguido aquilo que nenhum deles conseguiu: um furo de reportagem.
Essas críticas revelam a arrogância que permeia nossa profissão. Sinto-me covardemente atacada pelo fato de não estar vinculada aos veículos que monopolizam a informação no Brasil.

Para os invejosos, é mais fácil enxergar um complô do que reconhecer com humildade o meu êxito profissional. Muitos egos amargurados, que correram atrás do presidente Lula durante dias em vão, preferiram criticar minhas perguntas do que simplesmente aceitar o principal: foram elas que arrancaram da boca do presidente palavras sobre a crise política, enquanto as perguntas pseudo-inteligentes e arrogantes obtiveram o silêncio como resposta.
Tentaram até me desqualificar profissionalmente. Disseram que não sou repórter, "apenas" free-lancer, quando, na verdade, sou formada pela Ecole Supérieure de Journalisme de Lille na França. Também sou engenheira de produção formada pela Escola Politécnica da USP. E é verdade, sou profissional independente e tenho uma modesta produtora de reportagens em Paris que tem como clientes os maiores canais de televisão franceses.
Tenho 29 anos. Saí do Brasil há oito anos, morei em Londres e agora vivo em Paris. Especializei-me no vídeo-jornalismo (eu mesma opero a câmera e faço a edição das reportagens) por gostar de ser independente e acreditar que este seja o futuro de minha profissão.

Desde domingo, vários colegas esmiúçam minha vida como se eu fizesse parte de um complô com a assessoria de imprensa do Planalto. Estou impressionada com a quantidade de informações erradas que estão divulgando a meu respeito. Fico até envergonhada de perceber tanta irresponsabilidade.

Por que não canalizar toda essa energia para elevar o nível do debate e aproveitar a ocasião para tecer uma autocrítica à maneira como nossa profissão é praticada no Brasil?
Minha idéia inicial era fazer uma reportagem humana e pessoal, que traçasse o perfil de Lula, ainda em Brasília, antes da sua vinda à França. Num trabalho de muita insistência, paciência e perseverança, cinco semanas depois, consegui essa entrevista exclusiva em Paris.
Não entendo que culpa tenho pelo fato de o presidente ter se sentido à vontade para confiar em minha câmera.

Cheguei à residência Marigny às 10h da sexta-feira, 15 de julho. Às 10h45, horário de Paris, começamos a entrevista. O presidente Lula me disse: "esta entrevista é o resultado de muita persistência". Verdade. Preservei o tom calmo e coloquial para deixar o presidente à vontade.
Naquele momento, ainda tinha o intuito de divulgar a reportagem na França e não tinha feito contato com veículos brasileiros.

Fiz três perguntas relacionadas à sua visita. Comecei então a entrar no tema da crise do Brasil, de maneira que pudesse interessar ao público francês, alheio aos detalhes da crise política. Comecei por informações que já tinham sido divulgadas na França, "enfraquecido em Brasília, celebrado em Paris". O porta-voz da República, André Singer, e o assessor de imprensa Rodrigo Baena pareciam descontentes com as perguntas. Mas o presidente respondeu a todas.

Desde então, recebi todo o tipo de pressão. Pressão da assessoria de imprensa do Planalto. Depois da entrevista, para minha surpresa, os dois assessores vieram indignados em minha direção aos gritos de "você não cumpriu com o nosso trato, isso é falta de profissionalismo, você só fez perguntas sobre política interna, é uma pena que você comece assim sua carreira de jornalista". André Singer sugeriu que a fita fosse parcialmente apagada. Rodrigo Baena tentou me convencer de quais perguntas poderiam ou não ser divulgadas, "esta você pode guardar, esta não".

Saí dali entusiasmada, com a convicção de que tinha em minhas mãos um material cujo interesse ultrapassava as fronteiras da França. Ofereci o material a alguns redatores-chefes que me disseram que, com a volta do presidente Lula à Brasília, a entrevista deixava de ser importante para as redações francesas. Por mais que elas lhe dessem algum destaque, a entrevista não mereceria mais do que dois minutos no noticiário.

Decidi não divulgar a matéria na França. Percebi que estava diante de um depoimento simples, sincero e humano do presidente Lula, que certamente interessaria à população e que não podia, de forma alguma, ficar esquecido num canto de gaveta.

No domingo, procurei a Rede Globo. Pedi, como condição para a venda dos direitos de imagem, que as respostas do presidente não fossem editadas, de maneira a evitar mal entendidos e distorções de cada idéia desenvolvida.

Depois da entrevista divulgada, começaram as pressões e calúnias dos meus próprios companheiros de profissão. Recebi dezenas de telefonemas com pedidos de esclarecimentos e de entrevistas como se fosse crime uma repórter independente conquistar uma entrevista exclusiva. Na verdade, apenas fiz aquilo que todo jornalista deveria sempre fazer: persistir até o último minuto para conseguir informações inéditas e zelar, até o fim, para que elas cheguem ao conhecimento de todos.

Deixo aqui meus sinceros votos de que todos os meus colegas jornalistas experimentem um dia, se já não experimentaram antes, o mesmo êxito profissional que eu experimentei naquele dia. E que se libertem do veneno e da arrogância quando um colega tiver mais sucesso numa reportagem.


Será que Arnaldo Jabor, Míriam Leitão, Artur Xexeo e tantas outras cobras criadas do jornalismo nacional terão a dignidade e humildade de pedir desculpas a Melissa pelo teor de seus comentários e críticas a ela? Pelas acusações que fizeram de armação? Pelo deboche com que a trataram? Eu, sinceramente, acho que não. São muito arrogantes para isso.


         # Jorge Cordeiro @ 13:29

|


Som da semana

         


O coroa tá na ativa ainda, mandando bem pacas!
Croco Press


"I’m a street walking cheetah
with a heart full of napalm
I’m a runaway son
of the nuclear a-bomb

I am a world’s forgotten boy
The one who searches and destroys"


É Iggy Pop no seu melhor...


Search and Destroy, The Stooges (do disco Raw Power, 1973) é uma das músicas mais porradas que conheço. Ela abre o disco produzido por David Bowie que, tal qual os dois primeiros da banda (The Stooges e Fun House), vendeu pouquíssimo na época. Encontrar um exemplar em vinil ou CD hoje é quase impossível, logo... VIDA LONGA AO P2P!!


         # Jorge Cordeiro @ 00:58

|


Espalhou geral
         quinta-feira, julho 21, 2005


         
A merda jogada no ventilador chegou ao PFL e PSDB (veja aqui). Vamos ver o destaque que isso terá nos jornais amanhã...


         # Jorge Cordeiro @ 17:50

|


Nulo e consciente

         

A justa e emocionada indignação de Saturnino Braga (PT-RJ) contra a generalização das acusações sobre caixa 2, o vingativo protesto de Heloisa Helena (PSOL-AL) contra o provavel uso desse dinheiro de caixa 2 em sua campanha ao Senado em 1998, a cruel observação da juíza Denise Frossard (PPS-RJ) sobre a vida nos presídios brasileiro e sua divertida constatação sobre as trapalhadas da ex-cúpula do PT, a desesperançada e triste intervenção do senador Jefferson Peres (PDT-AM), tudo só me leva a uma conclusão: em 2006, num segundo turno entre Garotinho (PMDB-RJ) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP), eu anulo meu voto sem dó nem piedade...


         # Jorge Cordeiro @ 14:34

|


A volta do barril de pólvora

         

Por Luis Fernando Veríssimo

"Depois do delúbio (a denúncia de doações dadivosas de dinheiro disfarçado a deputados) e do dizlúbio (a denúncia de dízimos com destino duvidoso) chegou, ai de nós, o daslúbio - a denúncia de distintas dondocas distraidamente defraudadoras. É demais.

Há muitas vantagens em envelhecer. Dê-me algum tempo e pensarei numa. Entre as desvantagens está o acúmulo de memórias inúteis, que atravancam o cérebro, como aqueles suplementos culturais que a gente vai separando para ler depois e ficam empilhados pelos cantos, dificultando o trânsito dentro de casa. E que nunca se lê, ou quando são lidos não têm mais nada a ver com nada. Eu estava pensando sobre o auto-emporcalhamento do PT e a fúria eufórica com que está sendo recebido e tropecei numa dessas lembranças provavelmente irrelevantes. Um artigo do Antônio Callado, publicado não sei exatamente onde (Jornal do Brasil ou Correio da Manhã? Talvez ainda tenha o recorte em algum canto). A data certa também não sei, mas saiu poucos dias depois do golpe de 1964. Callado escrevia sobre o governo de Miguel Arraes em Pernambuco, e sobre o que estava sendo feito para melhorar uma situação social descrita por ele como um barril de pólvora prestes a estourar, uma descrição que valia para todo o miserável Nordeste brasileiro, em que líderes de esquerda eleitos como Arraes tinham, pela primeira vez, a oportunidade de tentar apagar o pavio.

Arraes fora deposto do governo pelos militares, sua revolução legal e pacífica interrompida. Callado terminou seu artigo com a frase: "O barril de pólvora voltou". Nada a ver com nada, como se vê. A situação hoje é completamente diferente. Depois de 20 anos de governo militar e mais 20 anos de governos de fatiota com educação superior, todos no Nordeste e no Brasil têm telefones celulares e... Bem, todos têm telefones celulares, já é alguma coisa. Saneamento básico e ultrapassar Serra Leoa no campeonato mundial de má distribuição de renda, talvez nos próximos 40 anos. Não existem mais a Guerra Fria e as razões de segurança continental ditadas ao nosso exército por Washington, os militares estão quietos e não se ouve falar em golpe, pelo menos não em voz alta.

A única ligação entre hoje e o ontem comentado pelo Callado é que está se interrompendo a segunda tentativa de um governo popular, com todos os seus equívocos e concessões, no Brasil. E querem ter a certeza de que não haja uma terceira. Depois que o PT lhe fez o favor de se auto-imolar, a direita está cuidando de espalhar as cinzas e salgar o terreno para que nenhuma outra opção de esquerda viceje em seu lugar, num futuro previsível. Em outras palavras, o pavio está reaceso."

(publicado originalmente no jornal Zero Hora, no dia 18 de julho)


         # Jorge Cordeiro @ 01:42

|


Denuncismo
         quarta-feira, julho 20, 2005


         
Quando critico o denuncismo da imprensa, não é pra defender este ou aquele partido. Mas sim para evitar pré-julgamentos, que causam tantos problemas a todos. A imprensa brasileira - e no mundo em geral - é mestre em derrubar o cara e depois fazer cara de paisagem quando as denúncias não se comprovam. Lembram do caso da Escola Base, aqui em São Paulo? Pois é, destruiu a vida de uma família inteira e agora, aos poucos, essas pessoas começam a retomar a vida. É claro que com uma boa ajuda de nossa lenta Justiça, que garantiu uma indenização de R$ 200 mil para cada um dos três atingidos - isso só pelas matérias que foram publicadas na revista IstoÉ. Faltam Folha de São Paulo, Veja, etc...

O jornalismo é a arte de editar a realidade. Mas mais do que isso, é também a arte de publicar aquilo que interessa a determinado grupo político. Sim, porque imprensa faz parte do jogo político. Ou alguém ainda acredita que jornalista não tem coloração política-partidária? Um dos poucos veículos de comunicação no Brasil que teve a coragem de externar sua posição política foi a revista Carta Capital, que disse apoiar Lula, logo que ele foi eleito. As demais publicações escondem suas preferências, covardemente.

Mas vivemos também o reinado do furo jornalístico, que faz com que todos os veículos da imprensa publiquem tudo que possa colocá-los na linha de frente dos fatos, mesmo que o 'fato' publicado não seja tão consistente assim. A manchete errada hoje, uma nota de correção amanhã, e fica por isso mesmo, vamos fechar o jornal do dia seguinte.

Nós jornalistas temos o hábito de termos posições firmes sobre praticamente qualquer assunto e quem já discutiu com um - eu mesmo, oras! - sabe como é difícil e muitas vezes chato. Mas quando são atacados, se fecham em um grupo coeso e unido, de fazer inveja ao mais corporativista dos advogados. Sai debaixo. Quando contrariados, idem.

O que aconteceu, por exemplo, com a jornalista Melissa Monteiro, é bem emblemático. Ela conseguiu uma entrevista exclusiva com o presidente Lula. Como boa frila que é, fez a entrevista (furando a fila de dezenas de jornalistas mais, digamos, tarimbados, que tentam há meses essa graça, mas não conseguem), tentou vender na França sem sucesso e, finalmente, vendeu para a Globo, mais precisamente para o programa Fantástico.

Pois bem, foi trucidada por 'coleguinhas' como a badalada colunista Míriam Leitão, porque teria feito perguntas ruins, não teria pressionado o presidente suficientemente, mas o que fica parecendo é choro de quem foi preterido. Melissa furou a panela. Muito 'foca' desistiu da profissão por ter feito o mesmo, sem segurar a onda depois, sendo esculachado por jornalistas decanos da profissão...

A imprensa é livre e assim deve ser. Mas erra e muito. É parcial quase sempre. E nada disso seria problema, desde que fosse menos sórdida e mais honesta quando confrontada com seus erros e deslizes. O Financial Times fez uma análise boa do que está acontecendo agora na imprensa brasileira. Sem equipes suficientes, com as redações no osso da borboleta, cheias de estagiários e frilas (nada contra), os jornais publicam qualquer denúncia, sem checar sua veracidade ou consistência.

A lista do Rodrigo Maia, líder do PFL, é bem o caso. Jogou lama em um monte de gente - culpados ou não. O Jornal Nacional deu destaque, Folha também, Estadão, O Globo, etc. Depois viram que não era bem aquilo. Alguém leu alguma errata? Pedido de desculpas? Nadica de nada. Mas aí foda-se, deixa rolar, bola pra frente... (ver aqui outro bom artigo sobre o assunto).

Edição da realidade. O público leitor de jornais no Brasil deveria saber disso, mas muitos não se tocam. Tenho amigos esclarecidos que tomam como verdade absoluta o que sai no jornal ou revista. Quando apresentados a dados que mudam aquela realidade apresentada, ficam pasmos. Jornalista é mentiroso? Claro que não, com raríssimas exceções. Mas publica aquilo que quer, que acha mais conveniente.

A realidade tem que caber na pauta. Vejam este exemplo.

Jornalistas pregam a moralidade e ética, mas as principais redações brasileiras escondem os frilas e estagiários quando fiscais da DRT (Delegacia Regional do Trabalho) fazem blitz em suas dependências... Em muitos casos não depositam FGTS, não pagam horas extras, criticam subsídios para determinados setores da economia, mas não vivem seu belo desconto na compra de papel, enfim, são capitalistas no lucro e socialistas no prejuízo. São oportunistas, adeptos da Lei de Gérson, querem se dar bem sempre.

E ai de quem falar mal. Será exposto, trucidado, humilhado, caluniado, debochado. Sem dó, nem piedade. E que venha o próximo!


         # Jorge Cordeiro @ 21:57

|


Tudo passa
         sábado, julho 16, 2005


         
Sofri muito, na infância, com a asma. Passei noites em claro tentando buscar ar com todas minhas forças, até doer o peito. Era assustador, parecia que não ia conseguir. Fazia exercícios respiratórios, algumas nebulizações, mas demorava para os resultados aliviarem minha agonia. Lembro do meu pai e da minha mãe ao meu lado dizendo: 'Vai passar, meu filho, vai passar...'

Pensei muito nisso porque passei o sábado na emergência do Einstein com o Martim, que teve sua primeira crise aguda, uma bronquite pra valer que o fez vomitar quatro vezes entre 7 e 9 da manhã. Estava pronto para viajar pra Rio Claro pra tocar meu livro - que está atrasado pacas - mas desmarquei tudo. Os olhinhos esbugalhados do meu campeão suplicavam por ajuda.

Mesmo esgotado por falta de oxigênio, o moleque não parou quieto na enfermaria, na sala de nebulização, nos corredores do hospital, enfim... fez um fuzuê danado. O engraçado era que toda enfermeira ou médico que chegava pra ver ele, tinha que mostrar o crachá. Ele pegava, olhava a foto, olhava a cara do sujeito e pronto, tava liberado.

Depois de seis nebulizações e duas injeções de um bronco-dilatador na veia, Martim foi então liberado, para alívio da mãe, que estava horrorizada com a possibilidade da primeira internação do filho.

Bem-vindo à turma dos asmáticos, Martim!

(Vendo-o deitado na maca, dormindo entre uma nebulização e outra, viajei legal ao passado, matutando sobre a inexorável passagem do tempo, enfim, fiquei melancólico pacas. E uma música do Cat Stevens, Oh Very Young, me veio à cabeça naquele momento):

Oh very young
What will you leave us this time
You’re only dancing on this earth for a short while
And though your dreams may toss and turn you now
They will vanish away like your daddy’s best jeans
Denim blue fading up to the sky
And though you want them to last forever
You know they never will
You know they never will
And the patches make the goodbye harder still

Oh very young
What will you leave us this time
There’ll never be a better chance to change your mind
And if you want this world to see a better day
Will you carry the words of love with you
Will you ride the great white bird into heaven
And though you want to last forever
You know you never will
You know you never will
And the goodbye makes the journey harder still

Oh very young
What will you leave us this time
You’re only dancing on this earth for a short while
Oh very young
What will you leave us this time


         # Jorge Cordeiro @ 22:00

|


E agora, fecha-se o Congresso?
         sexta-feira, julho 15, 2005


         
O Marcos Valério enfim resolveu falar. E colocou a batata quente nas mãos de vários partidos e políticos.

Estamos vivendo um momento histórico, pessoal...

A meu ver, está plenamente justificada a convocação de eleições antecipadas para deputados e senadores e até presidente da República.

Veja aqui a história.


         # Jorge Cordeiro @ 13:58

|


Sabotagem

         

O pessoal do Sabotagem mudou de endereço. Agora eles estão aqui. A página mudou de cara, mas o princípio é o mesmo: Conhecimento não se vende, se toma!

É um bom lugar para se conhecer um pouco mais sobre propriedade intelectual.

A lista de livros disponíveis para download está muito boa. O último título adicionado é o Manual Prático da Deliqüência Juvenil, um livro - como eles lá mesmo dizem - que em mãos erradas pode dar em merda...

"Se o conhecimento é um campo, o copyright é a cerca"


         # Jorge Cordeiro @ 09:52

|


Daslu Carandiru
         quinta-feira, julho 14, 2005


         

Agora entendi porque a Daslu se mudou para a marginal...
Croco Press


         # Jorge Cordeiro @ 23:33

|


Pau que dá em Chico ...

         

... dá em Francisco. Os tempos estão mudando, mas parece que as elites brasileiras ainda não se tocaram disso...

Quem matou a pau foi o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Jorge Antonio Maurique (tinha que ser meu xará). Ele soltou uma nota em que lamenta a posição da Fiesp no caso Daslu.


Um trecho:

"A Ajufe aproveita o episódio para defender um dos mais caros valores da democracia: o de que a Justiça é para todos e não apenas para os mais aquinhoados da sociedade"


         # Jorge Cordeiro @ 19:37

|


Dura lex, sed lex

         

Aos que estão revoltados com a prisão temporária da dona da Daslu: a República Federativa do Brasil resolveu bater na porta do andar de cima, pessoal. Quem roubou, sonegou ou arrumou qualquer outro tipo de falcatrua pra se dar bem, vai ter que prestar contas. O recado parece claro.

Havia uma decisão judicial e ela foi cumprida. A PF agiu bem. Exagerada? Talvez... Mas a empresária estava pronta para queimar um monte de notas fiscais, eliminando provas da falcatrua, tinha mais é que ser presa sim.

E mais patético do que os comentários de certos figurões da imprensa, em favor da perua-mor da Daslu, só mesmo os protestos das glu-glus da high-society brazuca, temerosas em ficar sem seu templo brega-chique... Haja botox!!


         # Jorge Cordeiro @ 15:16

|


Quem diria
         quarta-feira, julho 13, 2005


         
A loja Daslu ser citada no Jornal Nacional no bloco de abertura juntamente com Fernandinho Beira-Mar e o míssil do PCC...


         # Jorge Cordeiro @ 20:31

|


Timing

         

Isso que eu chamo de timing equivocado...

No texto, a dona da Daslu é apresentada como exemplo de empresária que gera empregos e paga impostos. Mas não é bem esse o quadro que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Receita Federal revelam.

E a tentativa de 'atualizar' a matéria ficou ainda mais patética...


         # Jorge Cordeiro @ 16:55

|


Corporativismo danoso

         

Se tem um povinho que é corporativista até a medula, são os jornalistas. Talvez só superados pelos advogados. Metem o dedo na cara de todo mundo, mas ai de quem questiona seus atos... Nas últimas semanas aconteceram na CPI dos Correios diversas revelações interessantes sobre como funciona realmente alguns dos principais veículos de comunicação do país, mas a imprensa em geral praticamente ignorou o assunto. Afinal, um protege o outro.

Vejam neste artigo de Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, porque a imprensa brasileira está cada vez mais venezuelana...


         # Jorge Cordeiro @ 12:32

|


A casa caiu

         

É, parece que o templo neo-brega-chique de SP foi enquadrado. E para evitar as rugas de preocupação, esse pessoal vai lotar nos próximos dias as clínicas que aplicam botox... :)


         # Jorge Cordeiro @ 09:08

|


Never more, never more...
         terça-feira, julho 12, 2005


         
Segundo a pesquisa CNT/Sensus, Lula ganharia no primeiro turno em 2006 em todas simulações feitas com prováveis candidatos tucanos Serra, FHC, Aécio Neves ou Geraldo Alckmin.

E mais:

"Se as eleições para presidente da República fossem hoje, 30,8% não votariam em Lula e o político mais rejeitado pelos entrevistados é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo a pesquisa CNT/Sensus, 58,1% não votariam em FH. A rejeição dos eventuais candidatos é a seguinte: Geraldo Alckmin, 42,4%; Aécio Neves, 42,5%; Cesar Maia, 55,4%; e Anthony Garotinho, 57,9%."

ufa.... Tucanos e, principalmente FH, nunca mais (Apesar da Veja, Folha, Estadão...)

Tomara...


         # Jorge Cordeiro @ 15:06

|


sinuca de bico

         

A avaliação de Lula subiu, segundo a última pesquisa CNT/Sensus, e deixou a oposição (leia-se PSDB-PFL) numa situação desconfortável. Afinal, o que fazer agora? Continuar a estratégia atual, de jogar pra torcida nas CPIs com seus ACMzinhos e Eduardo "Viva a CPI" Paes, apostando num impeachment do presidente, ou torcer que o desgaste do PT chegue enfim a Lula até a eleição em 2006?


         # Jorge Cordeiro @ 12:56

|


Bono? Geldof? Sou mais a Bianca Jagger
         segunda-feira, julho 11, 2005


         
Quando vi Bob Geldof criticar os protestos de manifestantes durante a reunião do G8 na Escócia, pensei: esse cara é mais um daqueles 'ativistas' light, que acredita em mudanças mesmo estando de mãos dadas com os impérios capitalistas... não vai chegar a lugar nenhum. O cara chegou a dizer que a violência dos manifestantes contra a política neoliberal de Bush, Blair e companhia 'não condiz com os anseios da maioria dos ativistas que lutam por um mundo melhor'. Será que esse cara realmente acha que Bush tá preocupado com os problemas da África ou sudeste asiático? Não à toa, levou um bonito pito da Bianca Jagger, ex-mulher do Mick, que incluiu o Bono Vox (U2) no esporro. Boa!!


         # Jorge Cordeiro @ 12:22

|


Moleque roquenrol
         domingo, julho 10, 2005


         
Voltando pra casa depois de passar a tarde no Instituto Butantã, percebi que morfeus já embalava Martim. Também, pudera, nos divertimos a valer. Corremos, jogamos bola, escorregamos na grama, vimos sucuris, jibóias, cascavéis, pitons, corais e muitas outras cobras no serpentário, rimos com os macacos. Farra total.

Com os olhinhos semi-cerrados e a cabeça já meio de lado no cadeirão no banco de trás do carro, Martim parecia pronto pra dormir. Decidi então desligar o som, que estava nos agraciando com o disco Shameless, do Therapy? (uma banda irlandesa das boas), recém-comprado nas Lojas Americanas por R$ 9,90.

Pra mim, roquenrol funciona como um mantra, relaxa e até acalma. Mas sei lá, o moleque só tem dois anos e, mesmo com o som baixo, achei melhor desligar. "Ele pode não estar gostando...", pensei. No entanto, eis que Martim se ajeita e diz: "Oh, não... mais, mais!" Carro parado no sinal, olhei pra trás e perguntei se era para tocar o disco novamente. "É!!"

Religuei o som na hora! Até aumentei o volume uns dois pontos (do oito para o dez, vai até 30 e poucos, não tava nada alto...) e vi pelo retrovisor Martim se ajeitar novamente no cadeirão, deixar a cabeça cair levemente sobre o ombro e, com as pálpebras caídas, se concentrar na paisagem em movimento da marginal Pinheiros.


         # Jorge Cordeiro @ 22:30

|


caminhos
         sexta-feira, julho 08, 2005


         
E os Estados Unidos continuam seguindo sua trilha solitária...


         # Jorge Cordeiro @ 16:21

|


dívidas

         

Conversando com meu camarada Passamani, me empolguei novamente para tocar um projeto de documentário. Acho que agora vai...

Estou devendo as fotos P&B da Sofia e comentários sobre os novos trabalhos do Bid e Lobão. E tem também a nova cara do Martim, de cabelos curtos. Aguardem!!


         # Jorge Cordeiro @ 10:56

|


Viva a matemática!!
         quarta-feira, julho 06, 2005


         
Acompanhei quase a íntegra do depoimento do Marcos Valério na CPI dos Correios e o cara surpreendeu. Respondeu a quase todas as perguntas feitas, desdenhou dos ataques dos parlamentares da oposição, que vociferavam suas questões, aceitou acareações, colocou documentos à disposição da comissão e pareceu tranquilo em relação às investigações da Receita Federal, Polícia Federal e também quanto as quebras dos sigilos bancário, fiscal e telefônico. Revelou o real interesse da secretária (grana, não o alegado amor ao país como disse em depoimento) e revelou equívocos cruciais cometidos pela Veja e IstoÉ no afã de denúnciar o tal "elo" perdido que derrubaria o governo Lula.

Vamos ver agora se sua tranquilidade era só fachada ou ele realmente não tem culpa no cartório, para desespero de figuras destemperadas como Eduardo "VIva a CPI" Paes e ACMzinho Neto...

E recebi de um amigo um texto bem legal, que estaria sendo distribuido na Internet. É, no mínimo, curioso...



Estudantes de Engenharia estão divulgando esse texto, que além de bem-humorado, faz algum sentido

Use seu senso detetivesco e acompanhe com eles as investigações sobre "O CRIME DA MALA"

Segundo Roberto Jefferson, o mensalão do PT era transportado em malas.

Primeira questão: você transportaria uma alta quantia de dinheiro em uma mala enorme, com todo o ar de coisa suspeita?

Numa discreta valise de executivo, talvez.

Uma destas valises mede 40cm de largura por 35cm de comprimento, tendo em torno de 5cm de fundura. Uma nota de 50 ou 100 reais tem 12cm X 6cm, logo uma valise comportaria com segurança quatorze maços de quinhentas notas o que equivale a sete mil notas ..

Ainda, segundo Roberto Jefferson, o mensalão era de trinta mil reais, o que em notas de cem daria um paco de trezentas notas de cem.

Levando-se em conta que esse dinheiro não poderia ser depositado em conta corrente, o jeito era levar pra casa e ir gastando.

Você já tentou trocar uma nota de cem?

Bem, trocar trezentas notas de cem não deve ser fácil , mesmo para um deputado. Então vamos supor que o mensalão fosse pago em notas de cinqüenta.

Jefferson disse que a bancada do PP, que é composta de 53 deputados, e a do PL, com 55, recebiam o mensalão de 30 mil reais. O que dá um total de 108 mensalistas, recebendo a quantia de três milhões, duzentos e quarenta mil reais por mês, o que em notas de 50 equivale a 64.880 notas, que seriam então transportadas em nove malas, já que cada mala carrega sete mil notas. As malas iriam então com trezentos e cinqüenta mil reais, ou seja dez deputados e 1/6 de um. Como não existe alguém 1/6 corrupto, vamos assumir dez malas, para juntar numa mais vazia os pedaços de corruptos que sobram.

Ainda segundo Jefferson, o pagamento aos dirigentes de partidos era feito numa sala ao lado da sala do Chefe da Casa Civil, em pleno Palácio de Governo, por Delúbio Soares, que não ocupava cargo nenhum no mesmo Governo.

Delúbio levaria todo os meses dez malas para dentro do Palácio, para entregar a dirigentes de partidos. Tudo isso discretamente, sem chamar a atenção de ninguém.

Delúbio só tem duas mãos. Também não seria muito simples entrar no Palácio com alguns carregadores ou com um daqueles carrinhos de aeroporto, logo, ele poderia transportar - no máximo- duas malas, o que já seria muito suspeito. Alguém anda por aí com uma mala de executivo em cada uma das mãos, sem que ninguém repare?

Delúbio teria de entrar então, discretamente. Com uma mala de cada vez. O que daria dez viagens num mesmo dia. Impossível passar desapercebido.

Então, vamos imaginar que os deputados aceitassem receber em dias diferentes. Quão generoso deve ser o que ficou com a última remessa. Mas, vamos em frente.

Seriam dez visitas ao Palácio por mês, sempre se encontrando com os dirigentes do PL e do PP. Tudo isso, no maior sigilo.

A semana tem cinco dias úteis, o que obrigaria Delúbio a ir diariamente ao Planalto por duas semanas consecutivas, todos os meses do ano, sem levantar suspeitas. Mas, como se sabe que a semana de Brasília tem apenas três dias, isso se estenderia por mais uma semana,.

Três semanas no mês, o tesoureiro do PT, que não tinha cargo no Governo, entrando com uma mala e encontrando-se com dirigentes de partidos da base aliada, que também deviam portar malas. Claro! Se o cara entra na sala delubiana sem mala e sai com uma , é um mico de proporções assustadoras. Além do que, esta operação implicaria na compra de dez malas iguais por mês, a um custo de aproximadamente mil reais cada uma. Um terço de mensalão, só em mala.

E de onde viria tanto dinheiro?

Segundo Karina Sommagio das empresas de Marcos Valério, um corruptor tão ingênuo que deixa seu Office-boy, que deve ganhar menos de quinhentas pratas ao mês, sacar em dinheiro das contas da empresa um milhão de reais e vir tranquilão, com três valises, ou uma grande mala pelas ruas de Belo Horizonte, uma cidade sem nenhuma violência e com os Office-boys mais honestos do mundo, pois, embora trabalhem para corruptores de deputados, jamais pensaram em sacanear seus patrões e fugir com a grana direto pro Aeroporto da Pampulha, morrendo de rir do babaca do patrão que não pode nem dar queixa à polícia.

Senhores, essa história tem mais furos do que queijo suíço e só há uma explicação para a imprensa não ter parado para fazer essa conta: jornalistas não sabem matemática. Por isso, prestaram vestibular para Comunicação Social

Viva a Engenharia!


         # Jorge Cordeiro @ 20:34

|


Esses indianos são foda

         

Veja porque aqui.

É aquela história: para cada executivo engravatado que cria um sistema de segurança na Internet, geralmente tentando impedir a livre circulação de informação e idéias, tem uma centena de moleques descobrindo formas de burvar tais travas...


         # Jorge Cordeiro @ 13:34

|


Clínica para viciados em Internet
         terça-feira, julho 05, 2005


         
Foi aberta na China. Se a moda pega...


         # Jorge Cordeiro @ 17:39

|


rádio 'peão' informa:
         segunda-feira, julho 04, 2005


         
O "armário" que amassou o olho do Roberto Jéfferson é um membro da mesa da Câmara, do PP, que foi à casa dele para exigir que não divulgasse nada de "desabonador" sobre a senadora Laura Carneiro, que o acompanhava. Como Jéfferson se negou, levou o murro.

É o que se comenta nos corredores do Congresso...


         # Jorge Cordeiro @ 17:06

|


Pirou de vez

         

Se essa maluca se der bem, vai ser genial!


         # Jorge Cordeiro @ 15:25

|


Imperdível

         

Hoje tem José Genoino no programa Roda Viva, na TV Cultura, às 22 horas. Vamos ver o que ele tem a dizer. Será que renuncia ao cargo de presidente do PT? A única saída pra Genoino é revelar fatos novos que possam dar novas cores a todas essas denuncias. Caso contrário vai perder o restinho de credibilidade que ainda tem... Eu acho difícil que ele diga algo bombástico, mas enfim...

Estou ansioso mesmo é pela acareação entre Roberto Jefferson e José Dirceu, que deve acontecer em breve na CPI dos Correios. E também entre o publicitário Marcos Valério e a tal secretaria, que de santa não tem nada - a quebra do seu sigilo bancário vai revelar muita coisa interessante...


         # Jorge Cordeiro @ 13:36

|


frase
         domingo, julho 03, 2005


         
"Revolução se faz de baixo para cima, de dentro para fora"
(frase escrita em parede de um banheiro de bar)


         # Jorge Cordeiro @ 14:34

|


Pausa
         sábado, julho 02, 2005


         
PT todo encalacrado, Lula quase impichado, Roberto Jefferson é ídolo nacional, exemplo de moralidade, os tucanos em vias de tomar novamente o poder, Seu Jorge acusado de plágio em seis músicas (perdeu já duas vezes na Justiça), Antônio Carlos Magalhães, o Toninho Malvadeza, cagando regras morais em entrevista na revista Época, Robinho cagando e andando para o Santos, onde poderia repetir os passos do Rei Pelé...

Sem falar que o Diogo Mainardi vai ficar ainda mais insuportável.

Melhor ir para casa (estou de plantão no Globo Online) curtir meus filhos...


         # Jorge Cordeiro @ 16:52

|


blog do vizinho
         sexta-feira, julho 01, 2005


         
Um vizinho do deputado Roberto Jefferson criou um blog divertidíssimo e conta os bastidores dessa confusão toda. Sensacional!!

Mais uma contribuição do meu camarada Fábio José.


         # Jorge Cordeiro @ 11:09

|


Enquanto isso, em São Paulo...

         

O prefeito José "Mr. Burns" Serra acabou com o orçamento participativo, mentiu sobre o dinheiro que encontrou em caixa, cancelou projetos nos CEUs, manteve as taxas que considerava 'absurdas', como a do lixo (que aliás parei de pagar) e destruiu um dos projetos mais interessantes do país - os Telecentros. Agora o paulistano está entendendo o que é o 'choque de gestão' que ele tanto falou...


         # Jorge Cordeiro @ 09:36

|


Ainda o RJ

         

Acompanhei todo o depoimento do Roberto Jefferson na CPI dos Correios, ontem, pela TV Câmara (aliás, estou viciado nisso agora, estou acompanhando todos os depoimentos, tanto na CPI como na comissão de ética que julga Jefferson). O cara é bom, é inegável. E fala muita coisa séria, que deveria ser discutido a fundo, como os financiamentos de campanhas políticas. Mas ainda não provou nadica de nada sobre o tal 'mensalão'. Mais precisamente, sobre o PT comandar o processo. Que o esquema montado nas estatais para levantar dinheiro de caixa 2 às campanhas políticas existe, não duvido. Que dizer que o PT é o líder da quadrilha é um desrespeito ao PFL, PSDB, PMDB e tantas outras 'cobras-criadas'...

Quer um bom exemplo?


         # Jorge Cordeiro @ 08:48

|



Creative Commons License
Get Firefox!


Seja assinante d'O Escriba! É só cadastrar seu email abaixo


powered by Bloglet
Defenda os Oceanos! Information Is Not Knowledge Navegando
Álbum de família
Urubus (ex-alunos do CPII)
High Times
Andy Miah
Wikipedia
Natural Resources Defense Council
Michael Moore
World Press Photo
Alan Moore
Filosofia Sufi
Attac
The Economist
BBC Brasil
Greenpeace
Warnet
O Cruzeiro digital
Subcomandante Marcos
Pedala Oposição
A For Anarchy

Blog-se
1/2 Bossa Nova e Rock'n'Roll
Projeto Luisa
Paulistanias
Idiotas da Objetividade
Primavera 1989
Lawrence Lessig
Fotolog da Elen Nas
A Noosfera
Blog do Neil Gaiman
Saturnália
Kaleidoscopio
Conversa de Botequim
Cera Quente
Blog da Regina Duarte
Coleguinhas
Cascata!
Insights
Mandrake: O Som e a Palavra
Cocadaboa
Academia
Viciado Carioca
Promiscuidade em Beagá
Stuff and Nonsense
Google Maps Mania
Laudas Críticas
Google Blog
Síndrome de Estocolmo
Tudo na Tela
Uma Coisa é Uma, Outra Coisa é Outra
Sensações
Ovelha Elétrica
Yonkis
Totally Crap
Mídia Alternativa
Guerrilla News Network
Revista Nova-E
Centro de Mídia Independente
Observatório Brasileiro de Mídia
Center For Media and Democracy
Comunix
Jornais do mundo
Disinfopedia
Agência Carta Maior
Project Censored
Stay Free Magazine
AntiWar
Red VoltaireNet
Consciência.net
Tecnologia
Electronic Frontier Foundation
Mozilla Firefox
Artigos Interessantes
Portal Software Livre BR
CNET News.com
Slashdot
Kuro5hin
Wired
Creative Commons
Engadget
Música
Downhill Battle
Soul City
Planeta Stoner
Movie Grooves
Hellride Music
Stoner Rock
Ether Music
Funk is Here
Sinister Online
Alan Lomax
Rathergood
Frank Zappa
Válvula Discos
Beatallica
Bambas & Biritas
The Digital Music Weblog
Saravá Club
8 Days In April
Violão Velho
Bad Music Radio
Creem Magazine
Detroit Rock & Roll
Afroman
Nau Pyrata
Cinema
Rotten Tomatoes
Cinema em Cena

Arquivos
setembro 2004
outubro 2004
novembro 2004
dezembro 2004
janeiro 2005
fevereiro 2005
março 2005
abril 2005
maio 2005
junho 2005
julho 2005
agosto 2005
setembro 2005
outubro 2005
novembro 2005
dezembro 2005
janeiro 2006
fevereiro 2006
março 2006
abril 2006
maio 2006
junho 2006
agosto 2006
setembro 2006
outubro 2006
novembro 2006
dezembro 2006


Últimos Artigos
deu no uol
Escriba agora é 3.0
arveres somos nozes


Parque Temático África
Versão 3.0
ESCRIBA.ORG
Lista de Furnas, o retorno
Billy Preston (1942-2006)

Build free web site
Site
Meter
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com

   Jorge Cordeiro  / Semear palavras, colher idéias Propulsões Digitais Redpogo
   Você é o seu próprio obstáculo - eleve-se sobre si mesmo