Floyd, só sem Gilmour
domingo, abril 02, 2006
David Gilmour foi sido enfático: os fãs podem tirar o cavalinho da chuva, porque não haverá mais nenhuma turnê do Pink Floyd, pelo menos com ele na guitarra. E convenhamos, sem Gilmour, não tem Pink Floyd que se sustente... Ele tem dito isso há tempos e garantiu mais uma vez em entrevista na edição de abril da revista inglesa Q, que tem Bob Dylan na capa.
... Tem sido oferecido muito dinheiro para que façamos uma turnê - e essa oferta é com ou sem Roger (Waters), incidentalmente. Eu apenas não penso que trabalhar em um estúdio com Roger e os outros para fazer um novo álbum seja algo que possa aumentar minha felicidade pessoal. Eu não creio que o Pink Floyd fará uma turnê novamente. Comigo, pelo menos.
Grande Gilmor, sensato! Menos uma banda ectoplasma na área! Melhor torcer para que o cara apareça por estas praias com a turnê solo que iniciou na Europa.
E por falar na revista Q (uma das minhas preferidas, juntamente com a Uncut e Mojo), o material especial sobre Dylan desta edição está sensacional. São três matérias que abrangem fases importantes na carreira do músico: a vida e carreira após as gravações de Blonde on Blonde (1966) - considerado seu trabalho mais importante - e o acidente de moto que quase o tirou de cena definitivamente; a turnê em 1975 nas asas do sucesso de outro grande álbum, Blood on The Tracks, um circo roquenrol que conseguiu juntar em diversos palcos americanos figuras distintas como a ex-mulher Joan Baez, Muhammad Ali e sua mãe (!); e os bizarros e ridículos anos 80, quando estava perdidão, tentando emular o sucesso de Madonna e fazendo seus piores discos em décadas (sem contar os cabelos e roupas que usou...). Quem o resgatou dessa pindaíba foi George Harrison que, em 1987, se convidou para gravar um som no estúdio de Dylan, levou Jeff Lynne (ELO), Roy Orbison e Tom Petty, gravaram Handle With Care e pronto, estava formado o Traveling Wilburys! O que eu não sabia é que Bono Vox, do U2, também teve papel fundamental na ressurreição de Dylan, cedendo seu produtor (Daniel Lanois, de Joshua Tree e também Yellow Moon, do Neville Brothers) para trabalhar em seus próximos álbuns. Dylan impressionou Bono ao mostrar todo seu conhecimento da música folclórica irlandesa e criticar o U2 por sua falta de raízes. Após a conversa que teve com Dylan, o U2 fez seu melhor álbum na minha opinião, Rattle And Hum.
Para completar, a revista inclui uma lista de 50 clássicos de Bob Dylan, um guia e tanto para garimpeiros que queiram se iniciar no mundo dylanesco.
# Jorge Cordeiro @ 10:53
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