Remédio nosso de cada dia
quinta-feira, maio 25, 2006
Rolou em março na capital austríaca uma reunião do Conselho Internacional de Controle de Narcóticos (INCB na sigla em inglês, ligado à ONU), em que se discutiu formas de se reduzir a produção de matéria-prima para inúmeras drogas consumidas em todo o planeta. É o tal desenvolvimento alternativo, em que governos incentivam seus agricultores a trocar sua plantação de coca, cannabis ou papoula por batata, arroz ou tomate. Levando-se em conta que o narcotráfico rende anualmente cerca de US$ 350 bilhões ao ano, turbinado não só pelas quase 200 milhões de pessoas que consomem algum tipo de droga ilícita por ano no mundo, mas principalmente pelas draconianas e anacrônicas leis existentes - que encarecem o produto -, é fácil perceber que não vai muito longe essa idéia de desenvolvimento alternativo. Vai apenas jogar mais dinheiro público pelo ralo. Não há como os estados competirem com tamanho poder de fogo dos traficantes. Não tem jeito, pessoal: ou legalizam a droga e investem grana firme em educação (para os que consomem responsavelmente, a maioria) e saúde pública (os porra-locas, que não têm controle, a minoria), ou vão continuar dando tiro n'água.
Nessa mesma reunião, divulgaram uns números bem interessantes. Como os 15 milhões de americanos que compram medicamentos controlados para ficar doidão. No Brasil, o barato é tomar remédio para emagrecer, que contém anfetamina. Essa legião de americanos é bem maior do que aquela q consome cocaína, maconha e alucinógenos nos EUA... Ou seja, enquanto ficam matando e prendendo quem fuma um baseado ou cheira uma carreira, milhões tomam bolinhas legais para obter efeitos semelhantes. Será que não percebem que é melhor informar e controlar, como fazem com álcool e cigarro, do que proibir e prender?
# Jorge Cordeiro @ 01:30
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