O Escriba
v2.0
Uma minoria só é impotente quando se amolda à maioria (Henry D. Thoreau)

Visão de satélite
         segunda-feira, janeiro 31, 2005


         
O Fábio José, grande camarada, me enviou hoje um email com um teste da IstoÉ Online, que brinca com imagens de satélites. Tente identificar alguns dos locais mais famosos do mundo, vistos lá de cima. Só pra zoar: identifiquei TODAS as imagens!

Clique aqui para começar!


         # Jorge Cordeiro @ 18:26

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A experiência Napster
         sexta-feira, janeiro 28, 2005


         
O professor Markus Giesler, da Universidade de York, em Toronto, Canadá, tem pesquisado muito sobre tecnologia, consumo e marketing, e desenvolvido teorias interessantes sobre a cultura colaborativista da Internet e seus usuários. Uma delas é o estudo iPod Therefore iAm, no qual investiga os usuários do iPod (o walkman deste início do século 21) e seus hábitos consumistas. O iPod é, na visão de Giesler, um aparelho revolucionário que transforma seus usuários em ciborgues por meio de um processo chamado tecnotranscendência. Há um artigo recente na Wired.com, sobre o assunto, recomendo.

Mais interessante ainda é o seu projeto A Experiência Napster. Criado em 2000 pelo então adolescente Shawn Fanning para facilitar a troca de arquivos pela Internet com amigos, o Napster logo se transformou numa coqueluche, por permitir a troca de arquivos sem muito mistério, principalmente de música. A indústria fonográfica caiu de pau, Shawn foi processado, teve que fechar a empresa e, anos depois, ressurgiu como consultor de uma das gigantes da música (a BMG, senão me engano) e relançou o Napster, desta vez um serviço pago e domesticado.

O Napster morreu, mas lançou - nas palavras de Giesler - "um dos pontos de cristalização cultural mais inovadores do cosmos social do ciber-espaço. A troca de arquivos pela Internet pode ser considerada como uma das práticas de consumo mais populares da cultura de consumo contemporânea, apesar de pouco pesquisada."

Enquanto isso, no mundo real do capitalismo selvagem, a indústria fonográfica americana processa mais 717 usuários de redes de troca de arquivos... Será que esse pessoal realmente acha que vai conseguir parar o bonde da história na marra?


         # Jorge Cordeiro @ 23:39

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Impossíveis

         

Um camarada meu, o Tiago - também conhecido como Nailbomb - é um cara de talento. Tem um estúdio de design chamado Red Pogo e manda bem pacas. Só o conheço virtualmente, em discussões no Orkut ficamos amigos. Foi ele quem fez a template d'O Escriba. Bom, não acham? E escreve bem também, só não posso provar porque seu blog, o Primavera 1989, está fora do ar. Um pena. Estava gostando da história do jornalista inglês que presenciou o protesto estudantil que sacudiu a China há 26 anos. Ficção de primeira, como pouco se vê por aí. Enfim, deve ter seus motivos para cancelar o projeto. Talvez seja o tempo dedicado à revista eletrônica Impossíveis, que está de vento em popa. E aceitando colaborações. Funciona na base de temas - o do momento é o Iraque. Enviei pra lá minha contribuição, o texto que fiz sobre o documentário Fahrenheit 9/11, de Michael Moore. Espero que gostem da dica e enviem também seus textos.


         # Jorge Cordeiro @ 01:19

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Sabotagem
         quarta-feira, janeiro 26, 2005


         

Quem tem, põe; quem não tem, tira...
Croco Press

Nunca torci tanto pro Carnaval chegar e passar! Nada nesse país parece funcionar entre o Natal e o Carnaval. E como estou desempregado, só terei chance de voltar ao mercado depois do baticum... Ninguém contrata nessa época do ano e, assim sendo, vou tocando meus frilas e adiando contas a pagar. Estou prestes a vender a alma ao diabo (no caso, aceitar ganhar os salários miseráveis que já me ofereceram...), mas vou resistir mais algum tempo.
E como estou mais duro que pau de tarado, qual não foi minha alegria ao descobrir a página Sabotagem, que pratica uma guerrilha cultural das mais interessantes. Os caras, que ninguém ou quase ninguém sabe quem são, oferecem inúmeros livros, artigos e até reportagens para download, tudo de graça. Tem de Nitzche a Michel Foucault, de George Orwell a Oscar Wilde. Até o Stupid White Man, do Michael Moore, tá lá. É o paraíso para quem gosta de livros e está sem um puto no bolso, como eu...
É só baixar o arquivo (que pode ser um PDF ou DOC) e tchanãnãnã, boa leitura! Tem até as capas! Obviamente as editoras estão quicando nas tamancas, já que alguns títulos não estão sob domínio público, mas como não sabem quem são os responsáveis, não podem fazer nadica de nada. Tem uma matéria boa deles na Carta Capital desta semana que, obviamente, eles já escanearam e soltaram no ciberespaço. O link pra baixar a matéria na capa do site.
Desde já, O Escriba apóia essa idéia! Bucaneiros do mundo, uni-vos!!


         # Jorge Cordeiro @ 01:42

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Ska japonês
         terça-feira, janeiro 25, 2005


         
Estava eu baixando uns episódios dos Muppets e do Vila Sésamo americano para meu filho quando surgiu, entre os muitos MPEGs, AVIs e WMFs, um MP3 da abertura do Sesame Street, tocada por uma tal Tokyo Ska Paradise Orchestra. Ska japonês? Pois não é que o som dos caras é bom pra cacete?!? Já fizeram até turnê pelos EUA com os lendários Skatalites! Por tabela, depois de uma breve pesquisa na Internet (ave Google!!), descobri outro bom grupo de ska, o New York Ska Jazz Ensemble. Mas por incrível que pareça, gostei mais do som dos japoneses... Tem uma versão deles para ABC, dos Jackson 5, que é show. Quem quiser conhecer, é só dar um toque eu que envio pelo YouSendit, ok?



         # Jorge Cordeiro @ 23:38

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O que está acontecendo em Fallujah?
         domingo, janeiro 23, 2005


         
É o que pergunta o jornalista americano Dahr Jamail, numa matéria intrigante sobre a atuação das tropas americanas em seu país. Os soldados de Bush Jr. estão agindo de forma estranha em Fallujah, cidade símbolo da resistência iraquiana, como se quisessem acobertar o uso de armas químicas, napalm e outras atrocidades, segundo relatos de moradores locais. Dá pra imaginar...

Jamail passou um total de oito meses no Iraque ocupado como um dos poucos jornalistas independentes na região e pretende em breve voltar lá (será que consegue?). Suas informações são preciosas porque evitam que vingue o filtro imposto pelos americanos às notícias que saem daquele país. Ele usa a página www.dahrjamailiraq.com para divulgar suas reportagens. Vale à pena a visita. Outras boas fontes para se ter uma noção mais, digamos, honesta do que vem ocorrendo no Iraque são as páginas Guerrilla News Network e Antiwar. Boa leitura!


         # Jorge Cordeiro @ 01:35

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DVD do Ray Charles no Brasil
         sexta-feira, janeiro 21, 2005


         

O erro de acentuação é grotesco, mas a capa é uma beleza
Croco Press

Acaba de ser lançado na Europa e nos EUA (no Brasil em fevereiro) um DVD com o show que o Ray Charles fez em São Paulo em 1963. Meu aniversário tá longe - é só em outubro - mas quem quiser se adiantar... :)


         # Jorge Cordeiro @ 17:42

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Stan Lee se deu bem
         quinta-feira, janeiro 20, 2005


         

Tá rindo à toa, heim?
Croco Press

O criador de heróis como Homem-Aranha, Hulk, Quarteto Fantástico e Demolidor, entre outros, vai ganhar uma bolada da Marvel, que o deixou de fora dos milionários lucros com o uso do personagem Homem-Aranha em produções para cinema e TV. A decisão do juiz de Nova York não inclui o uso dos outros personagens. Por enquanto. Tentaram dar uma rasteira no Stan, mas o velhinho reagiu como manda o figurino, atingindo o bolso da Marvel. E quer apostar quanto que tanto ela como outras empresas do gênero, como a DC Comics, vão mover mundos e fundos para evitar que seus personagens entre para o domínio público quando a hora chegar? A Disney já conseguiu com o Mickey, o Pato Donald e o Pateta, entre outros. Pirataria neles!!


         # Jorge Cordeiro @ 17:30

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Imprensa homofóbica
         quarta-feira, janeiro 19, 2005


         
Até quando vamos ser obrigados a ler notinhas como esta publicada hoje na coluna do Ancelmo Gois? São responsáveis pela coluna também os jornalistas Márcia Vieira, Ana Cláudia Guimarães, Aydano André Motta e Marceu Vieira. Triste...

"Chora não, Luma

Luma de Oliveira ficou presa ontem à tarde num elevador em Copacabana. A bordo, além da boazuda, só um rapaz sortudo.

A musa ficou tensa, mas o moço, ó, nem aí. No fim, ainda saiu resmungando. Sei não. Ou não a reconheceu ou... deixa pra lá."


         # Jorge Cordeiro @ 13:14

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No fim....

         

"No fim, tudo dá certo,
Se não deu certo,
É porque ainda não chegou ao fim"

Fernando Sabino


         # Jorge Cordeiro @ 11:44

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Tá de bobeira?
         terça-feira, janeiro 18, 2005


         

Quem esquenta a cabeça é palito de fósforo
Croco Press

Então, visite alguns desses sites, escolhidos pela Websense pela quantidade e qualidade de entretenimento oferecido a funcionários que querem um pouco de diversão no horário do trabalho. Divirtam-se!

1. Ishouldbeworking.com – "Vagabundos Sejam Bem-Vindos"
2. Corporatedump.com – "A arte de desperdiçar dinheiro da empresa"
3. Wasteoftime.com - "Porque produtividade é um saco"
4. Officediversions.com – "Centro de estudos da redução da produtividade"
5. Bored.com – "Para aqueles 15 minutos de descanso no escritório"
6. Gotboredom.com – "…conhecido por curar casos leves e graves de tédio"
7. Procrastination.com – "Aqui a procrastinação é uma boa coisa"
8. Slackersguild.com – "O que você quer fazer mal-feito hoje?"
9. Officeboredom.com – "Jogos online para os estressados crônicos"
10. Boredatwork.com – "O trabalho é o flagelo das classes bebedoras".


         # Jorge Cordeiro @ 23:14

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Somos commonistas, Bill
         sexta-feira, janeiro 14, 2005


         

Copyleft e Aeroflot, tudo a ver!
Croco Press

E Bill Gates rema contra a maré novamente. Depois de fazer pouco caso da Internet, agora il capo da Microsoft desdenha o movimento colaborativo que começou no mundo da tecnologia da informação e vem conquistando também a seara cultural (música, literatura, artes em geral). Bill atacou os entusiastas do movimento, chamando-os de comunistas. É uma tática diversionista, claro. Ele vai cair - e eu acredito piamente que vai - mas cairá atirando. A ideologia da propriedade intelectual e das patentes, que tranca a tudo e a todos, ainda deve perdurar por algumas décadas, cedendo espaço devagar e sempre para um novo paradigma, mais compatível com o sentimento universal de que a humanidade precisa ser mais cooperativista para poder vingar. A história dessa briga está bem explicada nesta matéria aqui da Wired.

A IBM, por exemplo, vem apostando suas fichas nessa nova era, investindo no Linux e afins. E agora abriu mão dos royalties de 500 patentes, liberando o uso e desenvolvimento de diversos softwares que estavam sob sua proteção. A atitude não é um rasgo de bondade tresloucada; é capitalismo moderno, de vanguarda. Ou, como preferem outros, colarativismo de primeira.

Os comentários de Bill Gates já provocaram uma reação bem humorada na comunidade do software livre. O designer Ian Meyer fez algumas logos unindo o símbolo do copyleft com motivos da antiga União Soviética, que pode ser vistos aqui. Como estão sob a licença copyleft, essas logos estão disponíveis para download e podem ser usadas ao belprazer. Já mandei fazer algumas camisetas com uma das imagens (a que vc pode ver acima). Quem estiver interessado, indico uma boa gráfica no Bráz.


         # Jorge Cordeiro @ 13:13

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Hitler não pode, já Napoleão, Genghis Khan, Atila o Huno, etc etc...

         


E se ele dissesse que a suástica é um antigo símbolo budista?
Croco Press

Essa história do príncipe Harry ter se fantasiado de nazista está ganhando uma proporção doentia. Será que haveria essa repercussão toda se ele estivesse fantasiado de Genghis Khan, Bin Laden, Torquemada, Napoleão, Átila, Stálin ou George W. Bush? Porra, nem de Hitler ele estava? O que querem? Varrer a história para debaixo do tapete? Quanta babaquice...


         # Jorge Cordeiro @ 13:05

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Declaração Pirata, do Capitão Bellamy
         segunda-feira, janeiro 10, 2005


         

Bucaneiros do mundo, uni-vos!
Croco Press

O Capitão Sam Bellamy foi um famoso pirata do século 18, comandante de um dos maiores navios da época: o Whydah. Durante os quase dois anos que singrou os mares do Caribe, capturou mais de 50 navios, muitos dos quais eram navios negreiros, levando escravos para a América. Inglês de Devonshire, nasceu em 1689. Tornou-se marinheiro na adolescência e tornou-se pirata aos 26 anos, depois de uma fracassada expedição ao Caribe para recuperar um tesouro de uma nau espanhola. Foi eleito comandante de uma frota pirata em 1716, depois que o badalado Barba Negra decidiu não atacar navios ingleses (talvez por isso, Barba Negra seja considerado o rei dos piratas. Pelos ingleses, claro...).

Bellamy estava retornando, nesse mesmo ano, para a costa leste americana, onde deixara sua amada, a quem pretendia presentear com parte dos tesouros conquistados. Mas pegou uma puta tempestade perto do Cabo Cod, em Massachussetts, nos Estados Unidos, e naufragou.

Bellamy era um cara legal. Pelo menos é a impressão que fica depois de ler o livro Uma História Geral dos Roubos e Assassinatos dos Mais Notórios Piratas, atribuído a Daniel Defoe (há controvérsias sobre a autoria. O livro foi assinado por um tal Charles Johnson, mas muitos afirmam ser este um pseudônimo de Dafoe). Publicado em 1724, trata-se de um guia no estilo quem é quem da pirataria, com perfis dos maiores bucaneiros de todos os tempos. Nesse livro há um discurso do Bellamy que serviria como uma luva para os dias atuais, tempos em que certas palavras - como dignidade e independência - estão gastas, ocas, vazias. Bellamy discursava para um capitão de um navio mercante inglês, carregado com o que roubara do Novo Mundo. O tal capitão acabara de recusar um convite para se juntar aos piratas: (O trecho abaixo foi retirado do livro TAZ - Zona Autônoma Temporária, de Hakim Bey - Editora Conrad)

Sinto muito que eles (Nota d'O Escriba: eles são os piratas sob o comando de Bellamy) não vão deixar você ter sua chalupa (N.OE. - um navio de menor porte) de volta, pois eu desaprovo fazer mesquinharia com qualquer um, quando não é para minha vantagem. Dane-se a chalupa, nós vamos naufragá-la e ela poderia ser de uso para você. Embora você seja um cachorrinho servil, e assim são todos aqueles que se submetem a ser governados por leis que os homens ricos fazem para sua própria segurança; pois os covardes não têm coragem nem para defender eles mesmos o que conseguiram por vilania; mas danem-se todos vocês: danem-se eles, um monte de patifes astutos e vocês, que os servem, um bando de corações de galinha cabeças ocas. Eles nos difamam, os canalhas, quando há apenas esta diferença: eles roubam os pobres sob a cobertura da lei, sem dúvida, e nós roubamos os ricos sob a proteção de nossa própria coragem. Não é melhor tornar-se então um de nós, em vez de rastejar atrás desses vilões por emprego?

Quando o capitão replicou que sua consciência não o deixaria romper com as regras de Deus e dos homens, o pirata Bellamy continuou:

Você é um patife de consciência diabólica, eu sou um príncipe livre e tenho autoridade suficiente para levantar guerra contra o mundo todo, como quem tem uma centena de navios no mar e um exército de 100 mil homens no campo; e isto a minha consciência me diz: não há conversa com tais cães chorões, que deixam os superiores chutá-los pelo convés a seu bel-prazer.

O livro de Dafoe é um dos poucos existentes sobre a história da pirataria. O que conhecemos hoje sobre esses aventureiros nos foi passado pelos donos da História, ou seja, pelos vencedores, pela lei, pela ordem. Um pirata é, para muitos, um sanguinário covarde, ladrão e sodomita, estuprador e desonrado. Imagem injusta e simplista forjada durante anos pelo catolicismo para manter seu poderio. E que hoje serve para comparações igualmente injustas e simplistas, que mostram desconhecimento do passado, credulidade excessiva na história oficial e incompreensão em relação ao presente. Este artigo do jornalista e psicólogo Joel Macedo segue esta linha.

Há quem siga outras, menos crédulas, mas investigativas. Como a que Hakim Bey propõe. No capítulo Utopias Piratas do livro TAZ (antes de clicar no link, verifique se vc tem o Adobe Acrobat no seu computador, para poder ler o arquivo PDF), Bey ajuda a clarear as coisas, revelando um lado, digamos, menos visível. Os piratas eram, em geral, renegados, escravos, ladrões de galinha, marinheiros e outros párias da sociedade que não estavam dispostos a morrer na miséria só porque os donos do poder assim o desejavam. As utopias piratas do Mediterrâneo, em especial as do século 17 no norte da África e, algumas décadas depois, já no século 18, no Caribe, eram uma 'segunda chance' para os descartados do cristianismo e da Igreja.

Uma boa análise dessa segunda linha histórica revela um império corsário organizado e alternativo ao modelo mercantilista-cristão, sedutor e libertador espiritualmente, aventureiro e violento. Recompensador. A morte era conseqüência da vida. Que seja breve e intensa.

O texto é do jornalista Rodrigo Morais, repórter (ou ex) do Estado de S. Paulo, mestrando de Comunicação e Cultura na Escola de Comunicação da UFRJ. Ho, Ho, Ho, quero uma garrafa de rum!


         # Jorge Cordeiro @ 22:23

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Remember, remember, the fifth of november
         domingo, janeiro 09, 2005


         

V de Vingança é anarquista na essência...
Croco Press

Esta é a imagem do que será o cartaz do filme V de Vingança, baseado nos quadrinhos homônimos de Alan Moore. Foi recentemente divulgada pela Warner Bros. A direção será de James McTeigue (diretor assistente de Matrix e Star Wars Episódio III) e terá produção de Larry & Andy Wachowski - que também assinam o roteiro - e Joel Silver. Depois dos fracassos que foram os filmes Do Inferno e Liga Extraordinária, adaptações pobres dos quadrinhos do mago de Northampton, torçamos para que essa nova empreitada dê certo!


         # Jorge Cordeiro @ 03:15

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Funk escocês
         sábado, janeiro 08, 2005


         

funky, mamma!
Croco Press

The Boogaloo Investigators, uns carinhas de Glasgow que fazem um som de primeira, suingado, com muito orgão Hammond e linhas de baixo pra não deixar ninguém parado. Os caras ainda não lançaram o primeiro CD, a única forma de conseguir as músicas por enquanto é pelas redes P2P. Boa sorte no garimpo!


         # Jorge Cordeiro @ 02:14

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Sorte ou azar?
         sexta-feira, janeiro 07, 2005


         
Um argentino sobreviveu a um terremoto que matou 30 mil pessoas no México, depois aos ataques às torres gêmeas em Nova York e agora à tsunami no sudeste asiático. Impressionante!! Veja a história aqui!


         # Jorge Cordeiro @ 13:57

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Golpe baixo da Folha de SP
         quinta-feira, janeiro 06, 2005


         
Ia escrever sobre duas bandas que conheci explorando os arquivos do pessoal que usa o SoulSeek, mas ao ler de manhã a Folha de São Paulo, uma das matérias me chamou a atenção pelo modo desrespeitoso que os autores do texto (Júlia Dualibi e Eduardo Scolese) trataram pessoas comuns.

A matéria 'Colônia de férias' do Alvorada tem Fotoblog, publicada na editoria Brasil desta quinta-feira, traz não só as fotos de alguns fotologs de jovens amigos do filho de Lula que passaram parte de suas férias em Brasília, como também textos que estavam nas páginas e os respectivos endereços na Internet. A idéia era denunciar o uso de instalações públicas - o Palácio do Planalto, a Granja do Torto, lancha no lago de Paranoá e avião da FAB - por familiares do presidente. No caso, acho que apenas o uso da lancha e do avião são de fato questionáveis, passíveis de ressarcimento aos cofres públicos. O resto é marola. Tanto é assim que os autores da matéria admitem, no final do texto, que não existe 'legislação clara do uso do patrimônio público pelo presidente e sua família'.

O grave aqui é a publicação das fotos tiradas pelos jovens durante a viagem. Um absurdo sem tamanho, já que os jovens estão agora expostos, sem mais nem menos, em um escândalo - fiquei sabendo por um amigo com quem conversei sobre o assunto que os fotologs agora viraram pára-raio de desafetos de Lula e idiotas afins. Estão sendo xingados, ameaçados até. Dois dos endereços já estão fora do ar, provavelmente para evitar novas manifestações.

O caso é: será que os jovens não teriam que autorizar a publicação dessas fotos? Será que a publicação de 'screenshots' das páginas desses fotoblogs não bastaria para ilustrar a pseudo-denúncia? Será que os repórteres consultaram o departamento juridico do jornal para saber se poderiam publicar as fotos? Por que não entrevistaram nenhum dos jovens envolvidos?

Cabe agora aos adolescentes entrarem com um processo contra o jornal e os repórteres por uso indevido das fotos e pela humilhação sem sentido que eles estão sofrendo agora. Não podem deixar barato porque foi um golpe baixo da FSP em sua 'missão' de ser do contra, de ser 'arauta do moralismo'.

Mandei um email para o ombudsman da Folha, o Marcelo Beraba, chefe da sucursal do Rio do jornal, questionando isso tudo. Vamos ver no que dá.


EIS A RESPOSTA QUE ACABEI DE RECEBER (são 18h40 de sexta-feira, dia 7):

Caro Jorge:

O ombudsman está em férias. De todo modo, a questão foi enviada à Redação,
que nos enviou a seguinte resposta:

"O jornal considera que a veiculação das fotos na internet já constitui uma
autorização para publicação, já que elas foram disponilizadas num veículo
público pelos próprios autores, e não por outras pessoas. Isso já ocorreu em
outubro do ano passado, e o jornal divulgou o caso dessa mesma forma.
Aliás, não é razoável imaginar que fotos divulgadas na internet não estejam
lá para serem vistas por uma infinidade de pessoas _um público que supera
largamente o leitorado de um veículo impresso. O fulcro do caso, porém, não
é a divulgação de cenas da vida privada, mas sim o uso de bens públicos
(incluindo um avião da FAB) para fins privados. O jornal está ouvindo
advogados sobre a legalidade desse procedimento, já que a lei restringe o
uso de aeronaves da FAB por autoridades federais a três casos: serviço
público, razões de segurança ou regresso ao local de residência permanente.
O caso relatado pela reportagem parece não se enquadrar em nenhuma dessas
categorias'.

Sendo o que havia para o momento.

Atenciosamente,

Departamento de Ombudsman - Folha de S.Paulo
Al. Barão de Limeira, 425 - 8o. andar
01202-900 - São Paulo - SP
Telefone: 0800 159000
Fax: (11) 3224-3895
ombudsma@uol.com.br


Resposta mais prepotente, impossível. Quer dizer que posso agora republicar qualquer imagem que esteja na Internet? Hum, então pessoal, liberou geral, é control c + control v direto nas páginas do UOL, Folha Online e afins, em textos e imagens!!


         # Jorge Cordeiro @ 20:18

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A foto do ano
         terça-feira, janeiro 04, 2005


         

O mar, quando quebra na praia... pode ser terrível!
Croco Press

Depois de uma boa semana de praia no Guarujá, recarregando as energias com a família, retorno ao batente ainda com as imagens do maremoto do sudeste asiático na memória. O terremoto e as ondas gigantes que dele resultaram mataram milhares de pessoas no sudeste asiático, alteraram a rotação do planeta e deslocaram a ilha de Sumatra e diversas outras por cerca de 20 km Oceano Índico adentro. A mim - e creio que a boa parte da humanidade - reavivou uma angústia que há tempos estava neutralizada: a de que uma catástrofe natural pode, de uma hora para outra, destruir tudo.

Será que voltaremos a uma tensão que estava em voga na década de 1970, quando muito se especulava sobre o assunto (graças talvez ao avanço tecnológico cada vez mais espetacular da ciência)? Naquele tempo, quanto mais descobríamos sobre o planeta e nosso papel no universo, mas ficava claro o quanto somos frágeis. Cometas, vulcões, maremotos, terremotos, derretimento da calota polar, buraco na camada de ozônio, buracos negros, explosões solares, desmatamento, era só escolher a catástrofe. Pegando carona no sentimento coletivo, foi lançado em 1979 o livro Escolha a Catástrofe, de Isaac Asimov. Não achei o livro nas livrarias online brasileiras, deve estar fora de catálogo, mas não duvido que seja relançado por conta do que aconteceu lá do outro lado do mundo dias atrás (capitalismo é oportunismo...). Li quando garoto e ficava imaginando qual catástrofe eu NÃO queria. E um maremoto estava entre uma das mais terríveis, para mim.

A foto acima, da France Press, dá bem a idéia do meu temor. Cinco pessoas, provavelmente turistas de um balneário tailandês, correm desesperados por entre pedras, corais, observados por uma mulher que me parece atônita (ela está de costas, eu sei, mas só pode estar atônita ao presenciar tal cena, na manhã de um belo dia de sol), talvez gritando para os fugitivos (amigos? parentes? companheiros de hotel apenas?) se apressarem porque a imensa espuma branca se aproxima fatalmente... A foto foi feita com uma teleobjetiva, que aproxima os objetos da imagem (ou seja, a onda não está tão perto assim deles...) mas mesmo assim, não creio que esse grupo tenha sobrevivido. Devem ter sido alcançados em questão de segundos... É de arrepiar. (adendum: fiquei sabendo pela minha amiga Paula Quental que todos os que aparecem na foto sobreviveram. Renasceram, com certeza...)

A foto ilustrava uma matéria do caderno Aliás do jornal O Estado de São Paulo de domingo passado, intitulada 'Um trailer do apocalipse', assinada por Sérgio Augusto. Não consegui tirar os olhos da foto. A matéria é bem escrita, mas uma bobagem. O autor levanta a hipótese do terremoto-maremoto ter sido um prêambulo do que estar por vir devido à ação predatória do homem na natureza. Por maior que seja minha simpatia pelos ambientalistas e sua causa, acho que ele forçou a barra. Juntou alhos com bugalhos. Os furacões de Santa Catarina são mais representativos dos efeitos colaterais ao progresso humano do que as ondas gigantes provocadas pelo terremoto sub-aquático. Não há protocolo de Quioto que possa evitar o que aconteceu no dia 26 de dezembro de 2004. As quase 150 mil mortes (e contando...) têm mais a ver com política e economia do que com ecologia...

Pelo que disse expûs acima, a foto mais representativa do que aconteceu no sudeste asiático teria que ser uma que mostrasse destruição e morte em povoados miseráveis no Sri Lanka ou em Sumatra. Mas pela carga de tensão que esta aqui carrega, voto nela para a melhor fotografia de 2004 - esperemos pelo próximo prêmio World Press Photo.

Para quem não entendeu ainda o que é uma tsunami (ou seja, maremoto provocado por terremoto), eis uma boa página para explorar o assunto.

Nela, encontrei esta simulação de um maremoto ocorrido na década de 1960, que começou na costa do Chile e matou 200 pessoas no Japão!



         # Jorge Cordeiro @ 22:55

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   Jorge Cordeiro  / Semear palavras, colher idéias Propulsões Digitais Redpogo
   Você é o seu próprio obstáculo - eleve-se sobre si mesmo