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                200 milhões em ação 
                       quarta-feira, junho 29, 2005 
            
             
                     A ONU divulgou hoje um relatório que revela que o total de usuários de drogas no mundo chegou à marca de 200 milhões. Se levarmos em conta apenas maconha e haxixe, são 160,9 milhões. Aos que acusam as drogas por 10 entre 10 males do mundo, fica a pergunta: será que temos 200 milhões de desajustados no mundo? Um número tão expressivo como esse fatalmente implicaria numa legião de viciados incontroláveis pelas ruas, provocando confusão e mortes dia após dia... Ué, porque não isso não acontece? Onde estão as milhares de mortes por overdose? Os usuários de drogas não são perigosos marginais? Pelo menos assim são apresentados à opinião pública por pessoas insuspeitas como Glória Perez e afins... Não seriam pessoas doentes, capazes de destruir lares, amigos e qualquer outro tipo de relação humana para satisfazer seus prazeres egoístas? Não são esses argumentos que os governos usam para justificar os bilhões de dólares gastos para erradicar as drogas do planeta e combater com violência extrema os traficantes e usuários? 
  Se 10% desses total (ou seja, 20 milhões) de usuários fossem criminosos perigosos como fazem crer certas autoridades, já seria o caos! Os EUA têm 2 milhões de presos, 1% desse total. O fato é que isso não existe. A esmagadora maioria dos usuários de drogas são usuários eventuais, recreativos. Os 'hard users' são a minoria e a eles cabe tratamento médico e educação, não polícia (há excessões, claro, que só confirmam a regra). 
  Por essas e outras, a guerra contra as drogas é uma guerra perdida. Não à toa, especialistas e governos de vários países estão cada vez mais convencidos de que é preciso mudar o foco. Num primeiro momento, estão adotando uma política de redução de danos, que tem entre um dos seus principais pontos a discriminalização do usuário, campanhas educativas e encaminhamento dos casos mais graves para as autoridades médicas competentes.  Num passo seguinte, seria a liberação de drogas consideradas leves, como maconha, haxixe, acompanhada de uma forte campanha educativa para mostrar às pessoas o que são, como funcionam no organismo, o que podem provocar, quais os efeitos colaterais, quem não pode usar o que, e por aí vai. O passo final é: liberação total e irrestrita de todas as drogas. 
  A atual política para drogas só alimenta a violência. Quem produz e comercializa se arma para proteger e garantir a oferta a uma demanda que existe há milênios e é crescente. É ancestral no homem o consumo de substâncias alteradoras da consciência. Com a demanda permanente e leis moralistas impedindo o consumo, a sociedade se adapta da forma mais óbvia: age à margem da lei. Lei esta que deveria ser feita adequada à humanidade, não o contrário.
  Uma vez legalizada, acredito que não haverá mais motivo para gangues armadas vendendo a droga em guetos, nem exércitos paralelos fazendo a segurança de carregamentos. Seria um golpe e tanto no crime organizado. Mas será que interessa mesmo? Afinal, a guerra contra as drogas consome bilhões anos a fio, alimentando a indústria bélica e justificando políticas mais conservadoras para a sociedade, bem ao agrado de setores mais moralistas.
  Alguns países já estão dando passos decisivos rumo a esse novo paradigma em relação às drogas. O Brasil é um deles, mesmo que a passos de tartaruga. O usuário hoje não vai mais preso. ISso já é um avanço. Que não se pare por aí, sob o risco de condenarmos a juventude (de hoje e de amanhã) a mais mortes, nas mãos da polícia e da ignorância.
  (escrito sob os efeitos alucinógenos do disco The Stooges (1969), da banda de mesmo nome, com o indefectível Iggy Pop nos vocais) 
             
                     # Jorge Cordeiro @ 23:52 
            
            
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