O Escriba
v2.0
Uma minoria só é impotente quando se amolda à maioria (Henry D. Thoreau)

Oceano de suposições
         sexta-feira, março 31, 2006


         
A revista The Economist deu a senha:

O mensalão (...) permanece um mar de suposição pontilhado com ilhas de fatos. O que é conhecido é que o PT canalizou milhões de reais para parlamentares aliados, principalmente por um intermediário que fazia a vez também de consultor de campanha. Financiamento de campanhas não contabilizado é ilegal, mas comum. Ainda estão sem provas as acusações sensacionalistas de que congressistas aceitaram o mensalão em troca de apoio ao governo e que o dinheiro veio de empresas estatais ou fundos de pensão. (tradução minha, livre, livre...)


A matéria da prestigiada publicação inglesa é de 2 de março deste ano. Atualíssima. E mais elucidativa do que centenas de matérias publicadas na imprensa brazuca, viciada no jornalismo pout-pourri.

Para entender melhor o caso, recomendo também a matéria Relator acusa "corruptores", mas ameniza com corrompidos", de Nelson Breve, da Agência Carta Maior, sobre o relatório final da CPI dos Correios. Um raio-x e tanto sobre o frankenstein que montaram para dar vida a um fantasma...


         # Jorge Cordeiro @ 21:49

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Primeiro de abril

         

Será que alguém ainda acredita em promessas de político? Os caras são mestres na arte da dissimulação, de falar uma coisa, pensar outra e fazer uma terceira completamente diferente. Se falam 'sim', provavelmente querem dizer 'não', e vice-versa.

Os exemplos são muitos, mas um deles se concretizou nesta sexta-feira. Depois de perder a queda-de-braço com o governador Geraldo Alckmin na disputa para ver quem seria o candidato do PSDB à presidência, o prefeito José Serra anunciou hoje sua renúncia e candidatura a governador do estado de São Paulo.

Serra é o franco favorito nas pesquisas para o governo do estado. Ganharia relativamente fácil dos outros dois candidatos fortes, Quércia e Marta Suplicy, ex-prefeita da SP, a quem venceu na disputa pela prefeitura em 2004. Nem mesmo a pesquisa feita pelo Instituto Ágora que mostra que a maioria dos paulistanos quer que ele cumpra o mandato até o fim parece ser problema, até porque esses mesmos eleitores admitem votar nele mesmo que descumpra o que prometeu. Durante a campanha, prometeu não usar a prefeitura paulista como trampolim para outros vôos políticos. Chegou a assinar um documento.

Quer ver? Eis aqui o vídeo com um trecho do debate realizado em 2004 em que o então candidato José Serra faz a promessa em alto e bom som (segue a transcrição abaixo).

Apresentador Boris Casoy - "O senhor ou a senhora, aceita assumir neste momento, o compromisso de cumprir integralmente o seu mandato na prefeitura e recomendar ao eleitor que se isso ocorrer (o não cumprimento do mandato) não votem mais no senhor ou na senhora?"

Resposta de Serra - "Assumo esse compromisso como já assumi, embora alguns candidatos adversários possam dizer que vou sair candidato a presidente da República ou governador, etc. Não. Meu propósito, minha determinação, meu compromisso é governar São Paulo por quatro anos. Planejar a cidade com seriedade, administrar com competência, ampliar os serviços públicos, atender as pessoas que mais precisam. Este é o meu compromisso como prefeito, essa é a minha determinação. Isto eu farei caso eu seja eleito durante quatro anos.

Boris Casoy - "E se o senhor não fizer, o senhor recomendará que o eleitor não vote mais no senhor?"

Serra - "Estou assumindo o compromisso nos termos que você disse..."

Boris Casoy - "Perfeito".

O mais legal são as ironias do destino. Quis ele que Serra renunciasse às vésperas do dia 1o. de abril, o Dia da Mentira. Isso é o que chamo de sincronicidade...


         # Jorge Cordeiro @ 19:45

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The Meatrix 2

         

A luta
continua...


         # Jorge Cordeiro @ 10:14

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Aumenta q isso aí é roquenrol !!

         

Agora O Escriba ficou mais agradável. Pra animar a leitura dos meus convivas, coloquei a Virgin Radio Classic Rock no blog. Espero que gostem.

Uma cortesia do pessoal do Quatro Acordes. Valeu!


         # Jorge Cordeiro @ 09:41

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Quebraram a 1a. lei de Asimov
         quinta-feira, março 30, 2006


         
Primeiro foram as armas químicas. Agora, robôs! O que mais aprontarão?


         # Jorge Cordeiro @ 09:49

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Serra condenado. Malan também...

         

O ano vai ser looooongo...


         # Jorge Cordeiro @ 09:46

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(Boas) Perguntas
         terça-feira, março 28, 2006


         
*Por que a dança da deputada virou galhofa nacional e a comemoração de Roberto Jefferson com seus pares, regada a champanha, durante a cassação de José Dirceu, não virou piada nacional? Nem os pulinhos de Heloísa Helena junto à ala da direita em plenário?

* Por que deve-se punir quem quebrou o sigilo bancário do caseiro? (que eu concordo deva ser rigorosamente punido o autor(es) de tal quebra, mas... E por que não se puniu:

1) Quem vazou para a imprensa, em agosto de 2004, dados fiscais e patrimoniais do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles?

2) Quem violou as informações bancárias e fiscais da Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil), que estavam sob proteção da CPI da Terra? CPI, aliás, que era presidida pelo senador tucano Álvaro Dias.

3) Quem associou o nome de quatro deputados federais petistas com o valerioduto, a partir de documentos sob sigilo legal? Depois, comprovou-se que alguns nomes relacionados a supostos saques eram homônimos ou simplesmente inocentes. (resposta: O vazamento para a imprensa foi de autoria do líder do PFL, deputado Rodrigo Maia).

4) Quem vazou dados protegidos por sigilo bancário e fiscal do ex-deputado José Dirceu? (resposta: O autor foi o deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), que tem contra ele uma representação por quebra de decoro parlamentar).

5) Quem vazou um relatório confidencial e provisório do Tribunal de Contas da União, divulgado na terça-feira pela imprensa, relativo à Petrobras?

6) Quem vazou depoimento secreto do funcionário dos Correios Maurício Marinho dado ao Ministério Público?

7) Quem vazou o sigilo bancário do publicitário Duda Mendonça, sob guarda da CPI dos Correios?

Outras boas perguntas e textos no blog Dando Pitaco


         # Jorge Cordeiro @ 23:46

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A vida como ela é

         



(clique para aumentar)


         # Jorge Cordeiro @ 01:42

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EMI e Marisa Monte detonam seu PC
         segunda-feira, março 27, 2006


         
Quem avisa, amigo é...

Marisa Monte lançou dois cds recentemente - Infinito Particular e Universo ao Meu Redor - que vêm com programas de controle de direitos autorais muito prejudiciais para o usuário. Para ouví-los no computador, é preciso instalar um programa da gravadora, que causa problemas para o seu PC.

O programa que o CD instala vem com um programa prejudicial chamado Winfixer, que cria falsas mensagens de alerta para vender a versão completa do programa e abre aquelas janelas irritantes. Além disso, nem o programa da EMI, nem o Winfixer são facilmente removidos.

Não compre esses discos. Baixe da Internet ou compre o pirata: quem gasta dinheiro porque gosta de um artista não merece ser tratado como ladrão.

Mais informações Boing Boing


(troquei o título a pedidos. Acharam ofensivo. Concordei e mudei)


         # Jorge Cordeiro @ 12:00

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A gripe aviária chegou!

         



O candidato da turma do cilício é acusado de chefiar esquema de distribuição de verba para aliados políticos em SP. O mais interessante é que ele disse que não vai investigar nada... ora, ora, ora... tá ficando mais claro agora porque dezenas de CPIs no estado de SP não foram pra frente, não? Pindamonhanga is in the hoooouse!!

(reparem na legenda da foto acima (clique para aumentar). Está (ou pelo menos estava às 11h13 desta segunda-feira) na capa da editoria Brasil da Folha Online. A matéria é sobre o escândalo, mas parece que o redator estava com uma preguiça danada de explicar, né não?)


         # Jorge Cordeiro @ 10:48

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Ao garimpo, bucaneiros!!
         domingo, março 26, 2006


         
Como havia prometido, eis alguns blogs que, como o Sarava Club (que eu não sei porque, sempre dá uma travada na minha navegação...), são a mais nova mina de ouro para quem está atrás de um bom som - . Segue a lista (é pequena, mas de qualidade):

8 Days In April - Segundo seu dono, é focado em álbuns psicodélicos, progressivo e krautrock. Coisas do arco da velha, como o disco de estréia da banda alemã Mythos (1971), Safe as Milk, do tresloucado Captain Beefheart & His Magic Band (1967), e um Jethro Tull menos conhecido, Benefit (1970). Tem ainda livros essenciais para se entender o roquenrol (peguei dois, o Fuzz, Acid & Flowers: American Garage, Psychedelic & Hippie Rock 1964 - 1975, e Dreams, Fantasies & Nightmares: Canadian, Australasian & Latin American Rock & Pop 1963 - 1975)


Violão Velho
- Tem coisas mais palatáveis, digamos assim, mas ainda difíceis de encontrar por aí, como o Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire) (1969) do The Kinks, Gris-Gris (1968) do Dr. John e o primeiro disco do Lô Borges (1972). Pelos comentários que faz sobre os discos que distribui, o cara saca de música. Baixei o Free The Bees (2004), do A Band Of Bees, do qual nunca ouvi falar, mas estou escutando amarradão neste exato momento. Essas abelhas mandam muuuuuito bem!!

Quatro Acordes - O nome já diz tudo. Roquenrol rápido e rasteiro! Muitas preciosidades do punk rock brasileiro e internacional, coisas que nem na Galeria do Rock vc vai achar! Plebe Rude, Inocentes, Cólera, Olho Seco e por aí vai. Curti muito uma coletânea chamada Aperitif For Destruction, de um tal Richard Cheese (e seu grupo Lounge Against The Machine), uma zoação só, são vários covers hilários, estilo big band anos 40/50, de Enter Sandman do Metallica (com direito a walking bass e corinho babaquara no fundo) a Sunday Bloody Sunday (U2) e The Girl is Mine (Paul McCartney e Michael Jackson)! Sensacional!! Um outro disco dele se chama I'd Like a Virgin... Já tá entre os meus favoritos!!

Bom, e tem mais esta e esta outra página que tem um porrilhão de álbuns de todas as épocas, para todos gostos. Não são blogs mas... quem se importa?


         # Jorge Cordeiro @ 23:16

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Cinismo
         sábado, março 25, 2006


         
Depois do arroubo golpista do Estadão (inho, inho) em recente editorial, agora eles apelam para o cinismo. Na edição deste sábado, citaram o velho e bom anarquista Bakunin no editorial! Ora, não é a cara desse tradicional jornal paulistano?


         # Jorge Cordeiro @ 11:58

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Antídoto

         

Pra agüentar tanta escrotidão, só mesmo um bom som. Desencavei hoje uma coletânea da revista Uncut, que eu costumava comprar na época da vaca gorda. Eles fazem de vez em quando uma compilação dos discos que indicam na edição. Este tem 18 músicas, muitas preciosidades como Cowboy Song, do Thin Lizzy, a gótica Thrill Kill, do The Damned, e a suingada Holdin' Patten, do bruxo Dr. John.

Me liguei muito em duas, que são de fuder. Uma é das antigas, The Monkey, do trompetista Dave Bartholomew (esse aí do lado), que é de Nova Orleans, como Dr. John. O cara era parceiro de ninguém menos que Fats Domino, arranjador de alguns sucessos do rotundo pianista como Blueberry Hill e Ain't That A Shame. A música The Monkey traz um bate-papo entre três macacos, the monkey speaks his mind..., estão abismados com os desmandos dos seres humanos e concluem que não podem ser seus descendentes. Tentei achar a letra, que é bem legal, na internet, mas parece que tiraram todos os bons sites do gênero do ar, pelo menos não aparecem mais no Google como apareciam antes, deve ser por conta da briga de direitos autorais, tinha uma rolando e parece que as gravadoras venceram - mais uma vez...

Aos garimpeiros de plantão: a versão de Bartholomew para When The Saints Go Marchin' In é uma das mais animadas que já escutei na vida.

A outra é mais moderna, 2001, do Ben Christophers, um carinha que costumava tocar num lugar embaixo de uma pizzaria de sua cidade, Wolverhampton, na Inglaterra. A música, Hooded Kiss, é belíssima, estranha e melódica, com um vocal amargo e doce ao mesmo tempo. É do disco Spoonface, de 2001, que tem outras pérolas como Leaving My Sorrow Behind, Easter Park e Songbird Scrapes The Sky. É difícil parar de escutar o som, belíssimo. O cara tá com disco novo na praça, Viewfinder, lançado em novembro passado. Dá pra comprar no site do cara ou baixar pelos soulseeks da vida, as you wish.

Navegando pela internet pra fazer este tópico, cheguei a um blog que traz a lista dos artistas que se apresentarão no Festival de Jazz de Nova Orleans deste ano. São dois fins de semana, de 28 a 30 de abril e de 5 a 7 de maio. É meu grande sonho de consumo ir a esse evento. Em 2000, estive na cidade, é a Salvador dos EUA, mas fui na semana entre o Mardi Gras e o festival. Fiquei com água na boca. Um dia realizo esse sonho...

Sabe quem vai estar lá? Bob Dylan, Allen Toussaint com Elvis Costello, Dr. John, Fats Domino (o figura aí do lado, tá com 78 anos!) e Paul Simon. Ninguém precisa de um repórter por lá não? :)


         # Jorge Cordeiro @ 00:41

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Estadão golpista
         sexta-feira, março 24, 2006


         
Em recente editorial, o velhaco jornal O Estado de S. Paulo defendeu em editorial o desrespeito às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta instância jurídica do país. Afirmou que a CPI dos Bingos deveria convocar o caseiro para depor mesmo com o Supremo tendo decidido o contrário. Basicamente, sugeriu que se desse uma bicuca na Constituição e que se foda o resto. Leia aqui e confira.

O ministro Ciro Gomes respondeu à altura ontem, acusando o Estadão publicamenteo de ser 'golpista'.

"Um jornal que defende no seu editorial que o Congresso deva se sobrepor à decisão do STF é golpista. Está defendendo o golpismo. É o jornal mais provinciano e fascista do Brasil!", afirmou. Na mosca!

Dá para se ter uma idéia do quão 'democrática' é a nossa imprensa. Venezuela é aqui...


         # Jorge Cordeiro @ 10:51

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Deserto verde
         quinta-feira, março 23, 2006


         
Está aqui tudo sobre o que vc queria saber sobre a invasão de laboratórios de pesquisa da Aracruz Celulose no Rio Grande do Sul, ocorrida no início de março se não me engano, e não pôde ler nem ver nem ouvir nos tradicionais meios de comunicação - para eles, foi apenas um ato de vandalismo de mulheres ligadas ao MST.

Por falar nisso, alguém aí já ouviu falar em deserto verde?


         # Jorge Cordeiro @ 21:37

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Amizade é tudo

         

Quem tem muitos amigos, não precisa se preocupar com muita coisa, não é mesmo? Que o diga o Gerarrrrrrrrdo, incensado nas últimas edições dos jornalões e revistinhas brazucas. O mais engraçado é que, se perguntar, nenhum deles teria a coragem de afirmar em alto e bom tom: "Apoiamos o Alckmin para presidente". Pra quê, se o manto da imparcialidade lhes cai como uma luva...


         # Jorge Cordeiro @ 21:27

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MV Bill errou o foco
         terça-feira, março 21, 2006


         
O documentário do MV Bill sobre a vida de crianças no tráfico de drogas, e quantos outros mais fizerem, são inúteis se não tocarem o dedo na ferida. As crianças no tráfico, matando e morrendo, a classe mérdia assustada, querendo vingança detrás de seus bunkers móveis e imóveis, a polícia corrupta, tudo tem uma causa única: a legislação draconiana e anacrônica em relação às drogas. Droga não é uma questão de repressão nem de polícia, é de educação e de saúde pública. Enquanto tentarem atacar o problema na marra, só vão gerar mais e mais cadáveres, cada vez mais jovens, cada vez mais ignorantes do que os matou. Por essas e outras acho que o documentário falhou em atacar o problema de frente. MV Bill disse que não glamourizou o problema, pois eu acho que o fez sem saber, quando abdicou em discuti-lo pelas premissas corretas. O que fez foi apenas jogar um monte de imagens e frases e cenas chocantes para um bando de gente que quer mais que esse pessoal do andar de baixo se f... no caso, o público do Fantástico.

E achar que o problema terá uma discussão adequada pela TV - ainda mais naquela que aposta todas suas fichas no telespectador 'Homer' - é no mínimo inocente demais. MV Bill detonou o filme Cidade de Deus porque disse que mostrava só as mazelas, nada mais. Pois acho que o filme conseguiu tocar no mesmo problema de uma forma muito mais eficaz, bonita e inteligente. O documentário abusa de imagens fortes para falar o óbvio e usa como propagador da mensagem um veículo que fala com homers, pouco dispostos a se aprofundar em qualquer tema; o filme trabalhou com a realidade para fazer arte. E, como sabemos, sem arte, somos ocos, vazios de sentido.

A discussão é mais ampla e exige medidas ousadas, não às eternas ameaças, como fez o Jornal Nacional de segunda-feira, que logo depois de longa matéria de abertura sobre o documentário, anexou uma campanha contra drogas, voltando ao lenga-lenga de que quem consome financia o tráfico. Sim sim, e daí? Todos os consumidores do mundo, dos hard-users (minoria, aqueles que causam problemas, roubam, matam, destroem lares) aos usuários recreativos (imensa maioria, trabalhadores, cumpridores de seus deveres, bons pais, profissionais reconhecidos em suas respectivas áreas) vão parar amanhã por causa disso? Será que alguém realmente acredita nisso? Esse tipo de campanha é tão idiota como aquela que aterrorizava os doentes de Aids, dizendo que Aids mata. Ora, realmente era tudo que o cara precisava, não, pra viver melhor, saber que vai morrer... Ó estupidez...

Perdi um irmão com 17 anos, morto a tiros pela polícia carioca. Seu crime? Estava no morro, no lugar errado na hora errada. Se consumia, se tinha amigos no tráfico, se frequentava a boca, não vem ao caso. Morreu como um bicho, foi 'zoado' pelos meganhas, que deram um tiro no seu peito, bicaram sua boca até abrir um belo corte, o mataram na hora, e mesmo assim levaram para o hospital, o Miguel Couto, com a clássica justificativa de que ainda respirava. Estava morto, mas não podia ficar no local, porque a cena do crime sempre tem que ser desfeita. É sempre a mesma estratégia, ninguém questiona, continuam fazendo, levando os defuntos para os hospitais para disfarçar o assassinato. Colocaram umas trouxinhas de maconha no bolso de sua bermuda, um 38 enferrujado com numeração raspada ao seu lado e roubaram seu tenis importado que meu pai dera a ele dias antes. Como ele, morrem aos milhares todos os dias, no Brasil e no mundo, pelos mesmos motivos. Tudo porque há uma questão moral que muitos ainda se recusam a discutir: o consumo de drogas legais ou ilegais sempre existiu, sempre existirá.


         # Jorge Cordeiro @ 14:49

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Convoquem o Ratinho!!
         sábado, março 18, 2006


         
O caseiro Francenildo justificou no final da noite de sexta a dinheirama que apareceu em sua conta bancária (quase 40 mil) nos últimos dois meses, precedendo convenientemente ao seu depoimento bombástico na CPI no qual acusa Palocci de participar de orgias sexuais e negociatas numa casa em Brasília. Disse ele 'é dinheiro do meu pai biológico', um empresário do Piauí, que, claro, confirmou. O dinheiro entrou, saiu, entrou de novo na conta. Parece que vazou pela PF. Vai dar o que falar. Pra resolver essa história, teste de DNA já! Convoquem o Ratinho!!


         # Jorge Cordeiro @ 01:12

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Caseiro de 38.860,00
         sexta-feira, março 17, 2006


         
É, parece que o depoimento do caseiro na CPI dos Bingos não era assim tãããõ fidedigno... Segundo bomba publicada no blog da revista Época, o cara teria recebido quase 40 pilas antes de mandar brasa contra Palocci. "Vou confirmar tudo o que falo até o dia em que eu morrer", disse ele a certa altura. Também, com uma verba dessa, poucos não confirmariam...

Quero ver a cara dos que foram à tribuna para babar contra a decisão do STF de paralisar os trabalhos da comissão. Esses parlamentares da oposição estão aprendendo bem com seus pares venezuelanos, né não?


         # Jorge Cordeiro @ 19:32

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Um mundo de ?

         

Papo maneiro que tá rolando numa lista de discussão do qual faço parte (Sabotagem):

Neils Bohr, físico da teoria quântica, disse que toda sentença que ele diz deve ser entendida não como uma afirmação, mas como um pergunta? Isso faz muito sentido, porque não é possível afirmar a verdade de nada, apenas a probabilidade? Por que não damos um pouco dessa saudável imparcialidade às pessoas que mais precisam? É uma modificação fácil de fazer, rápida e segura? Com tinta ou spray ou canetas? Em outdoors, placas e qualquer outra frase pública? Exemplos: "Vendemos mais barato?", "Jesus, nesse nome tem poder?", "Deus é fiel?", "Lombada a 100 metros?", "Prefeitura, cuidando de você?", "É proibido fumar?", etc, etc, etc? (enviado por Janos?)


Hehehehe, vou por em ação uns pilot que estão mofando lá em casa...


         # Jorge Cordeiro @ 17:31

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Ectoplasmas do roquenrol

         

E vem aí agora Santana, que curto pacas, mas o cara já deu o que tinha que dar, assim como Stones, Iron, Purple, Floyd e tantos outros que insistem em não deixar pros seus fãs as memórias de dias melhores. Se pelo menos estivessem fazendo um som interessante nos dias de hoje, mas necas... Ao contrário de gente como Iggy Pop, que deu a volta por cima, gravou o ótimo Skull Ring e reeditou o The Stooges com a mesma pegada, Bill Wyman (ex-baixista dos Stones) q tá em turnê com seus Rhythm Kings, e o bom e velho JJ Cale continua tb na estrada, Eric Clapton idem. Ben Harper tá por aí fazendo um puta som mas sem release, daí ninguém comenta, Bob Dylan sempre tramando algo (esse sim é um velhinho que não se entrega nunca), mas só trazem o bagaço da laranja roqueira (ok, ok, o iggy veio recentemente, mas é a exceção q confirma a regra), pq? pq? POR QUE?!?! Fui a um show do Santana há uns 10 anos ou mais naquela casa de show lá na Barra (hoje Atl hall, pode ser?) mas não iria de novo, só convidado talvez. Prefiro curtir aquele disco ao vivo dele com o batera Buddy miles, à boca de um vulcão, ou mesmo o Abraxas, no sossego do meu lar. O Brasil é rota eterna desses ectoplasmas do roquenrol, seria um caso a ser estudado. Será que tem a ver com a falta de rádios interessantes como um dia o foi a Fluminense? Hum... pode ser, talvez aliado ao fato de que na mérdia, o brasileiro gosta mesmo é da badalação, não do som. Santana não precisaria compor mais nada, é só montar um show só com clássicos e tocar umas três vezes por ano no Brasil. Aposentadoria garantida.


         # Jorge Cordeiro @ 15:19

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Paródia
         quinta-feira, março 16, 2006


         
E se o Ipod fosse da Microsoft? Bom, no mínimo, a embalagem seria bem confusa ...

Segundo consta, o filme foi feito pelo próprio pessoal da MS e acabou vazando na rede.


         # Jorge Cordeiro @ 02:32

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Entendendo a America Latina

         

(clique na imagem para aumentar)

Se ainda assim vc não conseguiu ler, clique aqui. (agora vc consegue, pepe!)


         # Jorge Cordeiro @ 01:38

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Bússola
         quarta-feira, março 15, 2006


         
Que o mega-barão Rupert Murdoch, magnata da News Corp, não é bobo, ninguém duvida. Por isso, é bom ficar atento ao que o cara diz:

Sociedades ou empresas que esperam que o glorioso passado os proteja das mudanças promovidas pela tecnologia fracassarão e cairão. Isso se aplica tanto à indústria de mídia como a qualquer outro negócio no planeta.


Como já dizia Bowie, time may change me/but you can't trace time.

Leia mais no The Guardian.

Ah, e a Wired online traz matéria interessante sobre a batalha entre sites de notícia gerenciados por máquinas e humanos.


         # Jorge Cordeiro @ 09:28

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Gerarrrrrrrrrrrdo!
         terça-feira, março 14, 2006


         
Agora é pra valer, foi dada a largada para a eleição presidencial. O picolé de chuchu deu um nó tático no Mr. Burns e vem com tudo para garantir a primeira conquista política de peso da Opus Dei desde que o grupo católico foi criado em 1928 sob a benção do generalíssimo Franco, ditador espanhol e depois adotado por Mussolini, na Itália.

Se bem que, cá entre nós, o fato dele gostar de Zorra Total me parece muito mais grave...

Mas se for isso mesmo que o povão quer, fazer o quê?


         # Jorge Cordeiro @ 22:07

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Mina de ouro

         

Vamos ao garimpo, bucaneiros? Já peguei duas preciosidades, discos do Vanilla Fudge e do Blue Cheer. É só cavucar que encontra coisa boa.


         # Jorge Cordeiro @ 12:01

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Tic Tac

         


Tirado de um blog russo, o Max Blog. Bem interessante os projetos do cara. Como este, muito usado por anunciantes em universidades.



Clássico caso de uma imagem vale por mil palavras - a não, claro, que vc saiba ler caracteres cirílicos...


         # Jorge Cordeiro @ 11:10

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Mais do mesmo
         segunda-feira, março 13, 2006


         
Não é à toa que sempre me refiro à GloboNews como RepetecoNews. Os tradicionais veículos de informação têm se repetido ad infinitum, dia após dia, ano após ano - como mostra esta pesquisa (se vc tem cadastro no NYT, leia a história completa aqui).

Uma palinha do texto do NYT aos preguiçosos:

... Muitas das reportagens nacionais citavam as mesmas poucas pessoas. Mais cobertura, em outras palavras, nem sempre significa grande variedade de vozes, diz o estudo. Consumir notícia continuadamente não significa estar melhor informado.

Tom Rosenstiel, diretor do projeto, afirmou que os repórteres parecem estar cada vez mais limitados a uma área isolada durante a cobertura de eventos, como estavam durante o recente acidente em uma mina de carvão em Virgínia do Oeste, dando-lhes pouco acesso às informações de primeira-mão.

A ironia é que ter mais repórteres não significa ter mais cobertura do fato, disse Rosenstiel. Significa apenas ter mais repórteres amontoados num canto da cena.


Quando questionados, os barões da mídia dizem, cinicamente, que sabem o que o público quer ler/ouvir/ver. Sobem ao cadafalso de nariz empinado... por supuesto!


         # Jorge Cordeiro @ 11:06

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Bienal, um caso de amor e ódio

         

Eventos grandiosos ao estilo dessa Bienal do Livro que está bombando na capital paulista sempre geram relações de amor e ódio. Amamos a profusão de novidades, a enormidade de opções, os preços convidativos (nem sempre...), a possibilidade de encontrar amigos perdidos e a sensação de estar participando de algo grande; por outro lado, odiamos o tumulto, a falta de tempo pra ver tudo que há para ser visto e as filas, sim as filas, elas estão lá, por todos os lados, como ácaros! Mesmo a enormidade de opções pode ser tornar um estorvo (se vc é libriano, sabe do que estou falando...).

Minha tendência inicial, geralmente, é odiar eventos desse tipo. Tendo a concordar com quem diz que há uma 'shoppingcenterização' da bienal, o negócio é vender livro, não discutir o livro ou apreciar o livro. Isso vira detalhe. Mas quem curte livro, acaba se rendendo. Comigo não foi diferente. Circulei pelo espaçoso Pavilhão de Exposições do Anhembi por quatro horas no sábado e duas no domingo. E apesar dos pesares, é um programa divertido. Cansativo, mas no cômpito geral, gratificante.

A escolha do Anhembi, pelas proporções que o evento tomou nos últimos anos, foi mais do que acertada. Todo mundo em São Paulo sabe chegar ao Anhembi - de carro, ônibus ou metrô. E mesmo quem não é daqui, chega sem nenhum problema. Parece que, em sampa, todos os caminhos levam ao Anhembi.

Essa facilidade, no entanto, pode causar grande decepção porque, ao chegar ao pavilhão... ah, as filas... Quem vai de carro já encontra uma gigantesca - uma não, várias - para o estacionamento. São 13 mil vagas, mas parece que todos chegam de carro ao lugar, é impressionante!

E ao aguardar sua vez de pagar os R$ 15 da tão aguardada vaga, vê-se a longa fila da bilheteria dando voltas em frente à entrada do pavilhão. Desanimador.

Se vc não é artista, professor, autoridade ou jornalista, pode se preparar. Eu levei mais tempo nas filas para entrar (40 minutos) do que da minha casa no Brooklin até o local (25 minutos). Lá dentro, mais filas - para pagar livros, pegar autógrafos ou brindes, participar de debates, comer, beber, degustar um mísero sorvete! Infernal.

No sábado, cheguei em cima do laço para conseguir autógrafos do Zé Rodrix no estande da editora Record (que no mapa está indicado como Grupo Editorial Record, se pode complicar, pra quê facilitar, não é mesmo?) para meus dois volumes de sua trilogia sobre o Templo de Jerusalém. Me recebeu com um sincero sorriso, lembrou de meu nome (o entrevistei algumas vezes já) e escrevinhou duas mensagens simpáticas nos livros - já aguardo ansiosamente o terceiro e último volume, que ele me garantiu estar pronto em maio de 2007.

Fui com o Martim que, como bem disse uma mulher numa das muitas filas que peguei na bienal, parece ter 10 pessoas dentro de si. Controlá-lo é um exercício de zen-paternalidade. Não raro tive que correr em desabalada carreira pra evitar perdê-lo por entre o mundaréu de gente e estandes. Consegui um pouco de descanso quando cheguei ao espaço infantil, onde curtiu o teatrinho de bonecos da Turma da Mônica e por lá ficou cerca de meia hora. Foi o tempo que tive para descansar antes de mais uma circulada daquelas. (olha ele aí...)

Nas andanças, procurei evitar os estandes mais badalados. Nada do que a Americanas, LaSelva, Siciliano ou Saraiva ofereciam por lá não poderia ser encontrado no aconchego do meu lar, à distância de um clique do mouse. Foquei nas pequenas e algumas desconhecidas (pra mim) editoras, onde poderia encontrar títulos diferentes.

Exceção foi o estande da Companhia das Letras/Jorge Zahar Editor, que fica logo na entrada. Lindo, todo de madeira, lá dentro luminárias a la abajures dão um toque intimista, estilo livraria de bairro, saca?. Sedução pouca é bobagem. Mesmo lotado, tive que entrar. E de lá saí com três livros: Os Assassinos, Os primórdios do terrorismo no Islã, de Bernard Lewis (sobre a seita secreta muçulmana que surgiu na época das cruzadas, os caras consumiam haxixe e escolhiam uma personalidade importante para matar); História do Mundo em 6 Copos, de Tom Standage (conta a história da humanidade por meio das bebidas, no caso a cerveja e o desenvolvimento da escrita, o vinho e a filosofia grega, os destilados e a independência dos EUA, o chá e a queda do império britânico, o café e o progresso científico, e a Coca-Cola e a globalização. Esse tenho que indicar pro meu amigo Juarez Becoza); e 24 Contos de F. Scott Fitzgerald (com prefácio e tradução de Ruy Castro).

Pensei em parar, mas ao comprar livros infantis pros moleques - um livro que pode ser molhado e babado à vontade, de plástico, para a Sofia, e um de montar, A Casa dos Ratinhos, de Marie-José Sacré (editora Salamandra), que ao se abrir vira uma casa de oito cômodos e dois andares, bem legal (apesar de descobrir que pagaria menos se tivesse comprar pela internet), pro Martim, não resisti e levei mais dois pra minha humilde biblioteca: o segundo volume da Liga Extraordinária, do Alan Moore (desenhos de Kevin O'Neill), e o fidelíssimo registro que o desenhista francês Jano fez do Rio de Janeiro na série Cadernos de Viagens (ed. Casa 21), ambos na Devir Livraria.

No domingo, ao visitar o estande da Biblioteca Nacional, fiquei tentado também em adquirir O Livro dos Livros da Real Biblioteca (na foto), editado com patrocínio da Odebrecht, que conta sua história, como surgiu, como D. João VI a trouxe para o Brasil. O preço, R$ 108, bem abaixo do que é vendido pela própria em seu site, mas já tinha gasto os tubos e desisti.

Mas o grande sucesso da Bienal do Livro de São Paulo não foi um livro: 9 entre 10 crianças que circulavam pela feira tinham em mãos um pega-pega com cabeça de crocodilo, com um gatilho embaixo pra fazê-la abrir e fechar a boca, R$ 4 no mini-estande da editora carioca Odontomar (especializada em livros sobre odontologia, fica na ala E, entre as avenidas 5 e 6). De quinta a domingo, mais de 2 mil dessas engenhocas foram vendidas. No embalo, muitos acabam levando também livros da editora. Boa sacada.

Antes de ir embora, passei no Espaço Literário Visa pra ver o que de bom rolava e encontrei uma imensa fila. Uau, pensei, hoje as palestras parecem boas. Realmente eram - uma sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e outra sobre músicas sobre São Paulo. Mas que nada, o interesse era pelos brindes da operadora de cartão de crédito, chaverinhos com letrinhas coloridas. Como já estava lá, fazer o que? Peguei mais esta fila, consegui um M e um S e fui embora.

Bienal é isso aí...


         # Jorge Cordeiro @ 03:14

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Zé Rodrix na Bienal
         sábado, março 11, 2006


         
O cara estará hoje, às 17 horas, no estande da editora Record, autografando exemplares de dois volumes da trilogia do Templo - Johaben e Zorobabel. Não sou de correr atrás disso, mas já que vou lá, não custa nada levar os dois livros que já li e pegar a assinatura dele.


         # Jorge Cordeiro @ 11:46

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Saudade do bom e velho roquenrol

         

Escutando o Songs of Liberation do Che (Duna Records), voltando pra casa do trabalho, senti hoje falta dos bons e velhos shows de roquenrol (tô falando de roquenrol, não de Barão Vermelho, Los Hermanos e merdas do tipo) que costumava ir tempos atrás, daqueles que a gente sai com os ouvidos zunindo, vai direto pro primeiro boteco esfumaçado e toma todas pra falar do som, da vida, do futuro, do passado, do nada.

É, faz tempo. The Knife corta meus tímpanos pelos fones e me leva aos áureos tempos do Circo Voador, quando ia às cegas, em busca de um bom som, nada programado, chegava lá pra conferir o que rolava, bandas desconhecidas, invariavelmente rolava uma boa surpresa. Pray For Rock, pede Brant Bjork na melhor faixa do disco. Instrumental, a música não traz os bons vocais de Brant, que se concentra nos riffs de guitarra, para não fazer feio ao som que o baixista Dave Dinsmore (ex-Unida) e o batera Alfredo Hernandez (que substituiu Bjork no Kyuss) fazem na cozinha.

Barulho bom, como aquele que curti por diversas vezes num muquifo lá no Catete, TV Pirata se não me engano, lugar pra iniciados, só rolava no boca-a-boca e panfletos distribuídos na naite, acho que ninguém mais lembra disso. Era um sobrado que de dia rolava uma sinuca e à noite juntava uma galera maneira pra assistir videos de roquenrol, preciosidades de Camel, Pink Floyd, Janis, Stones, a programação era variada pacas, um desses vídeos fiz questão de copiar, porra, era um programa de TV da década de 1970 que tinha de tudo, rock, jazz, pop, Led, Stephen Stills (que tá com som novo na praça), Buddy Miles numa versão arrasadora de Texas, Eric Clapton, Dave Brubeck, Modern Jazz, Roland Kirk (aquele maluco que tocava vários instrumentos de sopro ao mesmo tempo), parece que foi gravado na Europa, pelo menos esse é o clima da platéia no estúdio, todos com cara 'blasé' curtindo aquele som de primeira com suas camisas de gola alta e óculos de aro grosso. Já no sobrado do Catete era uma mulambada bêbada, bando de adolescentes maltrapilhos sentados em mesas de bilhar se encharcando de cerveja, fumando de tudo e voltando pra casa a pé.

Com The Day The Pirate Died, chego em casa a tempo de pegar o último capítulo da primeira temporada de Lost. Essa vidinha ainda vai me matar...


         # Jorge Cordeiro @ 00:13

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Vc tem pulso firme?
         quinta-feira, março 09, 2006


         
Consegui! Consegui! Consegui! Quando me recuperar dos três dias insones, tento a versão 2.0...

Uma dica: desligue o oops. É deveras irritante...


         # Jorge Cordeiro @ 03:20

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Clique salvador

         

O Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama precisa de ajuda. Nada além do que alguns cliques. Eles têm que atingir um número específico de acessos e cliques para conseguir uma cota que lhes permita oferecer uma mamografia gratuita por dia para mulheres de baixa renda. É só entrar no site do instituto (aqui) e clicar na tecla rosa que diz Campanha da Mamografia Digital Gratuita. Nada será cobrado de quem clicar.

A gente dá tanto clique idiota por aí, por que não incentivar campanhas como esta, né não?


         # Jorge Cordeiro @ 01:54

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Liquidação de obras de Alan Moore

         

Pessoal, aquele meu camarada que vende livros, quadrinhos e afins do Alan Moore colocou mais uma pancada de itens à venda, com preços bem interessantes. Acabei de receber um email com as ofertas, ele criou uma lista pra quem manda de tempos em tempos as dicas.

Seguem duas das melhores dicas desta última relação, segundo descrição do próprio:

ALAN MOORE “ARGUMENTOS” – raríssmo – o Catálogo oficial da Exposição de Quadrinhos de Amadora, Portugal, em homenagem aos 50 anos de Alan Moore; 80 paginas, tamanho grande, formato “quadrado”, papel de luxo, todo em cores, num verdadeiro documento histórico sobre toda a carreira do autor, ao completar 50 anos; artigos e ensaios sobre sua produção, motivações, força e métodos criativos., bibliografia, etc. Publicado em baixísima tiragem e hoje disputado entre colecionadores do mundo inteiro –R$78,70

BIG NUMBERS NR.01 - uma verdadeira preciosidade. O nr de estréia da que seria a magnum-opus de Moore e Bill Sienkiewicz. Teoria do Caos, Geometria Fractal etc e suas implicações na vida de uma pacata cidade interiorana da Inglaterra. (obs: este exemplar atinge até US$100.00 em leilões do Ebay etc) - R$59,80

Ele sempre me envia emails avisando quando tem novidades. Volta e meia oferece também outras obras, livros e filmes de qualidade. Vale à pena conferir. Quem quiser ser incluído na lista, manda uma mensagem para magobardo@yahoo.com (o nome dele é José Carlos).

Vc não conhece Alan Moore? Visite esta página então. Ou dê uma checada nesta boa entrevista concedida ao site Blather.


         # Jorge Cordeiro @ 00:43

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Ali Farka Toure (1949-2006)
         terça-feira, março 07, 2006


         
Momento de tristeza, morreu nesta terça-feira Ali Farka Toure, guitarrista de Mali que fazia como poucos a ponte entre o blues americano e os sons ancestrais africanos.

Em homenagem, deixarei rolando no computador durante toda a manhã de quarta-feira, enquanto trabalho, o Talking Timbuktu, disco que gravou em 1994 com outro guitarrista fenomenal, Ry Cooder. Coisa fina, pessoal, de rara sensibilidade. Aliás, taí, Ry Cooder está sempre na boa, tocando gente lendária, em Cuba, na África, explorando um bom som. E pensar que poderia estar mumificado musicalmente agora, se tivesse se juntado aos Rollings Stones no início da década de 1970, quando Mick Taylor se mandou. Sobrou pro Ron Wood, um guitarrista inferior. Cada um tem o destino que merece... e procura.


         # Jorge Cordeiro @ 22:51

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Melancolia divina

         

Edgar Allan Poe, em um de seus contos (se alguém lembrar, diz aí!), afirma que certas músicas nos levam a estados melancólicos por revelarem pequenas brechas da perfeição divina. É o caso do disco das cabeças dos Secos & Molhados, que acabei de baixar lá no SaraváClub. As 13 faixas são de uma beleza indizível, Ney Matogrosso, Gerson Conrad e João Ricardo estavam inspirados como nunca mais estarão. A voz de Ney, límpida, segura, é dublagem angelical dos versos de Ricardo e Conrad. As canções atingem o fundo d'alma, nos embalando num doce torpor... O mais belo disco já feito na terra brasilis. Fácil.


         # Jorge Cordeiro @ 02:03

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Sai Johaben, entra Pornô
         segunda-feira, março 06, 2006


         
Sempre fui fã do Zé Rodrix músico, principalmente do trio Sá, Rodrix & Guarabyra (dentro da baleia vive mestre Jooonnaaaaaaaaaaas...), e agora que terminei mais um livro da sua trilogia sobre o templo de Jerusalém, passei a ser também fã de sua porção escritor. Acabei de ler o volume de estréia Johaben, a história da construção em 1000 a.C. do templo em Jerusalém por Salomão, filho de Davi, rei de Israel. Antes, tinha lido o Zorobabel, que é o segundo pela ordem normal (li antes porque descobri antes, fazer o quê?), que se passa 500 anos depois, no tempo de Ciro, o grande monarca persa e outras figuras menores da história antiga.

Quando soube que estava fazendo essa trilogia, imaginei algo mais pop, afinal, o cara foi um dos artífices do hilário Joelho de Porco! Qual não foi minha surpresa quando me deparei com textos primorosos, em gosto e estilo finíssimos, costurando tramas por entre fatos reais e outros nem tanto. São romances históricos de primeira, que nada ficam a dever a mestres como o finlandês Mika Waltari - que por sinal, Rodrix adora e tem como fonte inspiradora. Segue um trecho de Johaben:

Atravessamos primeiro um mar de pequenas casas construídas umas ao lado das outras, tão juntas que era quase impossível individualizá-las, e depois a linha de alicerces das muralhas da Jerusalém de Salomão, seguindo a trilha que era a continuação natural da estrada que tínhamos percorrido desde o mar, e dirigimo-nos para um grande outeiro um pouco mais à frente, atravessando uma horda desordenada de trabalhadores que carregavam pedras e as assentavam entre poeira e alarido insuportáveis. Eu cuidava que fôssemos encontrar Salomão da Judéia em seu palácio, mas os dois cocheiros se dirigiram para o alto desse outeiro, onde era maior ainda a azáfama dos obreiros, e lá, em um carro de combate puxado por quatro belíssimos cavalos negros, um homem de meia altura, cabelos anelados, barba incipiente mas muito cerrada, trajando uma curta túnica de pano branco, que se completava com um manto colorido e um turbante de pano enrolado na cabeça, cuja parte de cima era um capacete oval de metal amarelo. Seu peito era protegido por uma couraça de couro grosso incrustada em prata com as mesmas estrelas de seis pontas que ajaezavam seus cavalos. À sua volta estavam muitos outros hebreus de todas as idades, alguns mais atléticos que outros, mas todos, fossem operários, soldados ou sacerdotes, ouviam suas palavras com respeito e tratavam-no com uma deferência toda especial


Rodrix agora prepara o terceiro e último livro dessa trilogia, sobre um traidor que destrói definitivamente o sonho de construção do templo. Quando o entrevistei tempos atrás, acho que chegou a me dizer o nome da nova obra, mas não lembro mais. Memória gasta, eitcha!.

Um dos grandes baratos das obras do Rodrix são as bibliografias ao final, preciosidades que ele coletou durante anos de pesquisas - são livros, documentos, páginas na internet e fóruns de debate online, tudo compartilhado com o leitor. Além de mostrar o embasamento e fidedignidade dos textos, com toda sua engenhosidade, encaixando personagens fictícios a fatos históricos sem deixar a menor aresta, promove a circulação da informação. "Não acho justo fazer segredo desse material todo, quero mais compartilhar a informação", disse ele quando do lançamento de Zorobabel.

Pois é, mas enquanto Zé Rodrix não lança o terceiro volume da trilogia, vou dar um gás no Pornô, de Irvine Welsh. Já falei dele aqui, é a história do pessoal de Trainspotting, só que dez anos mais tarde. Já li o primeiro capítulo e acho que vou me divertir à vera. O quinto livro do ano vai ser lido rapidinho, rapidinho...


         # Jorge Cordeiro @ 23:41

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Sopro dos céus

         

Tem instrumento mais melancólico do que o trompete? Pararááá, pá pará pá paráááá... putz, de arrepiar...


         # Jorge Cordeiro @ 23:35

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Fênix
         sábado, março 04, 2006


         

Fui alertado para o material do Economist ao ler o editorial do Estadão esta manhã. Trata-se de uma ampla matéria e entrevista feita pelo semanário inglês que pinta um quadro positivo da administração Lula, mostrando porque o cara é, mesmo depois de todo bombardeio que sofreu ano passado, o franco favorito para as eleições de outubro. Se vai ganhar é outra história e é sempre bom lembrar o exemplo da Marta em SP, que tinha 48% de aprovação da população na época das eleições, tinha feito uma administração sensacional na capital, com diversas obras importantes (CEU, Bilhete Único, corredores de ônibus, Telecentros, etc...) e mesmo assim perdeu para o vampirão que se vendeu como sendo 'do bem'... E a galera caiu direitinho!! Agora toma-lhe rampa antimendigo, ruas recapeadas nas coxas (sem sinalização e com vãos onde tinham carros estacionados!), CEUs e Telecentros relegados a segundo plano, albergues idem, e por aí vai...

O Economist diz que Lula é popular, mas não populista, e que se mostra forte nas pesquisas de opinião porque consegue manter estabilidade econômica e programas sociais fortes, mesmo tendo o Brasil ainda estruturas meio que em frangalhos. Nem o Estadão em seu editorial ousou discordar, teve que dar o braço a torcer.

Junte-se a isso que o tal do mensalão se provou uma bela canoa furada para os que queriam derrubar Lula a todo custo - e não foram poucos, à direita e à esquerda... -, e que a lista de Furnas começa a ser comprovada (depois da confirmação da lista pelo tabelião que autenticou as cópias da lista, a partir de um original, agora apareceu uma testemunha, ex-funcionário da Toshiba, que disse à PF que o esquema em Furnas funcionou sim para abastecer o caixa de políticos, muitos deles que posam de vestais da moralidade em Brasília como ACM Neto, Eduardo PAes, Zulaiê Cobra e Alberto Goldman, entre muuuuitos outros...), vemos que as coisas começam a voltar ao patamar de sempre. E começando do zero, Lula tem uma vantagem enorme sobre os demais, seja Ackmin, Serra ou Garotinho, graças aos bons números que conseguiu para o país em pouco mais de três, por seu carisma ou ainda pelo fato de evitar a imprensa para falar diretamente ao povo - o que não é necessariamente ruim, já que os jornalões e revistinhas, adeptos do jornalismo pout-pourri alugaram a opinião pública com interesses privados.

E o pessoal do Economist deu a melhor definição do mensalão que já li na imprensa: um oceano de suposições pontilhado por ilhas de fatos.

@@@@@@

Enquanto isso, vou me preparando para a Bienal do Livro de SP. Tá chegando, começa dia 9 de março, lá no Anhembi. Vai ser gigantesca, estão esperando 800 mil pessoas nos 11 dias. Estou durango kid mas vou dar uma passada porque fiz umas matérias sobre o assunto lá pro Globo Online (aqui). Devo ir no dia da abertura e depois só no final, pra conferir alguma promoção perdida. Sempre rola e às vezes dá pra comprar livros com até 70% de desconto. Tomara.


         # Jorge Cordeiro @ 11:46

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Carlitos

         

Podem falar o que for, mas os caras mandaram muito neste filme aqui...


         # Jorge Cordeiro @ 01:56

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Enquanto isso, em Itaquera...
         quinta-feira, março 02, 2006


         
Tristeza total. Também, quem mandou a Leandro de Itaquera homenagear o Gerarrrrrrrrrdo e o Mr. Burns? Deu no que deu, rebaixamento! Bem lembrado, Fábião!!


         # Jorge Cordeiro @ 19:08

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Valeu Bolívar!

         


Viva Vila Isabel! Viva a revolução bolivariana!! Só vi o que aconteceu na Marquês de Sapucaí no final do dia ontem, após a divulgação do resultado do desfile no Rio e, apesar de ter evitado o carnaval de todas as formas este ano, achei duca a vitória da Vila Isabel, pela homenagem que fez à América Latina e seus heróis - notadamente Che Guevara e Simon Bolívar.

De qualquer forma, ufa!, o carnaval acabou! Conforme prometi, passei ao largo. Não li jornais, não vi TV, não liguei o rádio. Resultado: um feriado agradável, de muita farra com os dois daduchos no Rio. Só fui ver o que os jornais publicaram na quarta-feira, quando cheguei na redação pra trabalhar. Nenhuma novidade, as manchetes de sempre, as fotos de sempre, os textos de sempre. Mudam os personagens, mas a baboseira é a mesma. Se pegarmos as edições de carnaval dos últimos 10 anos dos principais jornais do país, veremos que não mudou necas. Um saco.

Mas enfim... até tentei curtir um ou outro bloco de rua no Rio com meus daduchos, mas a maioria estava insuportável de cheio. O Simpatia É Quase Amor, que eu sempre curti, estava desagradável, a praça General Osório já não comporta tanta gente. Tinham que fazer o que outros blocos fizeram, anunciaram que iam sair num dia e saíram no outro. Ou divulgam um horário e saem três horas antes. Muito bom!! Ou então, não divulgam nada para a imprensa, fica só no boca-a-boca. Talvez aí voltem aos dias de glória, de blocos simpáticos e agradáveis.

Fui num que me indicaram, o Boitatá, e também estava lotado, mas como era na Praça 15, em frente ao Paço Imperial, até que deu pra curtir um pouco, porque o espaço era bem mais amplo. Encontrei um monte de gente das antigas, amigos, primos, colegas da facul, até de colégio!. O Martim se esbaldou com o spray de espuma, se lambuzou todo com outros moleques, e Sofia fez um baita sucesso com seu sorriso de dois dentes. Aliás, ela já tem fãs no Rio. Foi até fotografada na praia por uma delas. Depois eu conto melhor como foi a viagem ao Rio. Com direito a fotos. Agora vou nessa que estou atrasado pacas! Pra variar... :)


         # Jorge Cordeiro @ 09:23

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